|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
saiba mais
Aliados tentam brecar denúncias contra senador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Utilização de laranjas para
comprar rádios e fazendas,
ingerência política para beneficiar empresa privada, esquema de desvio de dinheiro
público e grilagem de terras.
São muitas as acusações
que o senador Renan Calheiros tem a enfrentar. Mas, se
depender de seus aliados, ele
nem sequer passará por novo
processo de cassação.
Com a absolvição no plenário na semana passada, da
acusação de ter tido contas
pessoais pagas pelo lobista
Cláudio Gontijo, os governistas planejam brecar demais
denúncias já no conselho.
Renan nega irregularidades.
Na sexta, João Pedro (AM-PT), relator da segunda representação movida pelo
PSOL (Schincariol/grilagem
de terras), deu a entender
que arquivará o caso.
Segundo a revista "Veja",
Renan exerceu influência na
Receita e no INSS para que
multas e dívidas contra a cervejaria não fossem cobradas.
Em troca, a Schincariol teria
comprado a Conny Ind. e
Com. de Sucos e Refrigerantes, do irmão de Renan, deputado Olavo Calheiros
(PMDB-AL), por pelo menos
R$ 10 milhões a mais do que
a empresa de fato valeria.
A Schincariol diz que pagou preço normal de mercado (R$ 27 milhões). Receita e
INSS negam irregularidades.
Na mesma representação,
o PSOL incluiu denúncia,
publicada pela Folha, de que
Renan e Olavo teriam grilado terras em Murici (AL).
A Folha também publicou
que os irmãos Calheiros usaram Tito Uchôa como laranja da família na compra de
fazendas. Uchôa é pivô de
outra representação contra
Renan. É sócio de Renan Calheiros Filho numa gráfica e
duas empresas de radiodifusão que detêm sete concessões de rádio, avaliadas em
cerca de R$ 3,5 milhões. Segundo a revista "Veja", elas
são na verdade de Renan.
O usineiro João Lyra confirmou que manteve com o
senador uma sociedade secreta no grupo O Jornal.
A última acusação foi feita
pelo advogado Bruno de Miranda Lins. Em depoimento
à Polícia Civil do DF em setembro de 2006, confirmado
à PF neste mês, ele disse que
seu ex-sogro, o empresário
Luiz Carlos Garcia Coelho,
operava um esquema de desvio e lavagem de dinheiro para Renan em ministérios
controlados pelo PMDB.
Aliados de Renan começaram a articular um plano para incluir todas as denúncias
remanescentes num bloco,
para arquivá-las de uma vez.
A proposta ainda não foi
apreciada. Se der certo, a
única frente que restará para
investigar as denúncias contra Renan será a Procuradoria Geral da República. Em
agosto, o STF abriu inquérito penal, a pedido do procurador-geral, Antonio Fernando de Souza, para apurar as denúncias contra Renan.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Elio Gaspari: Há 46 senadores no lixo, mas não o Senado Índice
|