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Protógenes teve outros auxiliares externos
Investigação chega a nome da Abin responsável por e-mails grampeados; Aeronáutica abre sindicância
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As investigações de supostos
abusos cometidos pelo delegado Protógenes Queiroz na condução da Operação Satiagraha
têm três novos nomes de colaboradores recrutados por ele
fora da Polícia Federal. Eles são
suspeitos de terem manipulado
ilegalmente dados sigilosos
usados na apuração contra o
banqueiro Daniel Dantas.
A lista inclui um servidor da
Abin (Agência Brasileira de Inteligência) identificado apenas
como Luiz, responsável na Satiagraha pela transcrição de e-mails grampeados. A Folha
apurou que trata-se de Luiz
Eduardo Melo, fiscal tributário
da Secretaria de Fazenda do
Distrito Federal, cedido sem
ônus à Abin. Melo foi incorporado à equipe de Protógenes
em fevereiro de 2008, período
em que o delegado afirma ter
parado de receber recursos da
cúpula da PF para tocar a Satiagraha. Melo não foi localizado.
Além dele, a Aeronáutica
anunciou ontem que abriu sindicância para apurar a informação de que o major Paulo Ribeiro Branco Junior e o sargento Idalberto Matias de Araújo,
ambos da ativa, atuaram na Satiagraha. Mas há ainda outro
militar da FAB, este reformado, suspeito de colaborar ilegalmente com Protógenes.
Identificado apenas como
Rodopiano, ele exerceu diversas funções: de consulta a cadastros de pessoas física e jurídica até a análise de informações cercadas de sigilo, como o
disco rígido do banco Opportunity. Também passaram pelas
mãos de Rodopiano documentos obtidos nos EUA sobre investigações feitas pela empresa
Kroll, contratada pela Brasil
Telecom, que já foi controlada
por Daniel Dantas.
Rodopiano também monitorava jatinhos particulares de
investigados. Segundo fontes
da investigação, ele foi apresentado a Protógenes pelo major Branco e pelo sargento
Araújo. Trabalhou dois meses e
recebeu R$ 1.400 por mês, bancados com recursos do suprimento de fundos da operação.
Araújo também repassava
informações privilegiadas sobre o paradeiro dos aviões de
Dantas ao delegado. Protógenes diz que eles trabalharam
legalmente na operação.
Outra pessoa estranha aos
quadros da PF, identificada como Juarez, é investigada. Segundo fontes da PF, ele fazia
serviços em São Paulo, como o
monitoramento de suspeitos.
O Ministério da Defesa divulgou nota para dizer que Aeronáutica, Marinha e Exército
"não deram qualquer contribuição" à Satiagraha. Sobre a
participação de um major e um
sargento da ativa, a nota diz
que a FAB "não reconhece participação institucional de militares da FAB na operação" e esclarece que, "se ocorreu, foi de
maneira informal e irregular".
Colaborou LUCAS FERRAZ ,
da Sucursal de Brasília
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