São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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Teles terão de explicar acesso fácil a dados

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Grampos da Câmara quer ouvir outra vez as empresas de telefonia, além da Abrafix (Associação Brasileira de Prestadores de Serviços de Telefone Fixo) e da Abracel (Associação Brasileira do Comércio e Serviço para Telefonia Celular), e questioná-las sobre a segurança dos dados sigilosos de seus assinantes.
Os depoimentos foram propostos ontem pelo relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), e por Vanderlei Macris (PSDB-SP) após matéria da Folha de anteontem mostrar que é possível comprar, por menos de R$ 1.000, o extrato de ligações telefônicas e torpedos de qualquer assinante, inclusive de autoridades públicas.
Pellegrino afirmou que destacará, em seu relatório final, a falta de segurança nas empresas e que pretende apresentar medidas para coibir a quebra dos sigilos.
Por meio de suas assessorias, a Vivo e a TIM informaram que atenderão às solicitações da CPI. A Claro preferiu não se manifestar sobre o assunto.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), um dos congressistas que compraram seus próprios dados telefônicos para provar a prática ilegal no país, disse que vai apresentar requerimentos para que os representantes das empresas sejam ouvidos também em três comissões do Senado: Assuntos Econômicos, Comunicação e Fiscalização e Controle.
Segundo o senador, o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Ronaldo Sardenberg, lhe afirmou ontem que o órgão vai analisar o caso e cobrar providências das empresas de telefonia.

Depoimentos
O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou que irá depor amanhã na CPI dos Grampos.
Já a Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência tem reunião marcada para o mesmo dia para ouvir o ex-agente do SNI (Serviço Nacional Informações), Francisco Ambrósio do Nascimento, Jorge Felix, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Lacerda, diretor afastado da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Luiz Fernando Corrêa, diretor da PF, e Paulo Maurício Fortunato, diretor de contra-inteligência da agência.


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