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São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2003

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Estudo analisa reforma e Mercosul

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reforma tributária que o país pretende fazer nos próximos anos precisa contemplar a harmonização dos impostos no âmbito do Mercosul para evitar que o Brasil perca competitividade em relação à Argentina. A conclusão pode ser tirada de um estudo que será apresentado hoje pelos pesquisadores Fernando Rezende e Ernesto Rezk durante o seminário "Reforma Tributária e Integração do Mercosul", organizado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Brasília.
"Diferenças na tributação, caso a integração se aprofunde, podem criar distorções", afirmou Rezende, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV.
Um análise global dos impostos mostra o Brasil em desvantagem com relação à Argentina.
"Além de maiores, os impostos cobrados no Brasil são de pior qualidade que os aplicados por nossos vizinhos", afirma o estudo que será apresentado.
Rezende diz que é preciso fazer estudos para cada setor da economia para compreender as diferenças e entender as vantagens e desvantagens de cada país.
Na palestra que irão apresentar hoje, Rezk, diretor do Instituto de Economia e Finanças da Universidade de Córdoba, e Rezende focam a análise em três cadeias produtivas -soja, carne bovina e frangos. As três são importantes para a pauta de exportação dos dois países em questão.
As desvantagens brasileiras que os números agregados revelam não são tão claras quando se faz um estudo minucioso dos casos.
Uma das principais conclusões na análise da cadeia da soja é que o Brasil cria dificuldades para a exportação de produtos mais elaborados. O discurso do governo é exatamente o contrário, de fomentar a exportação de bens de maior valor agregado.
Na Argentina, acontece o contrário. Há mais vantagens tributárias para quem exporta óleo de soja (maior valor agregado) do que soja em grão, o produto mais básico. (ANDRÉ SOLIANI)

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