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São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2003

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ORÇAMENTO

Prefeita diz que Lula e Palocci concordam com crédito

Marta atribui retenção de verba do BNDES à bancada do Nordeste

DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), atribuiu a obstrução da operação de crédito que faria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a uma "manifestação do Nordeste contra o Estado e a cidade de São Paulo".
"Aquilo é uma rolagem de dívida. Eles mesmos [PSDB E PFL] sabiam que não tinham nenhuma razão. É uma cena contra qualquer coisa que vá para São Paulo."
A manifestação dos senadores impediu que a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovasse anteontem uma operação de crédito no valor de R$ 493,8 milhões, para a segunda etapa do Programa de Implantação do Sistema Integrado de Transporte Urbano de Passageiros do município de São Paulo.
Para pefelistas e tucanos, a prefeitura petista está tendo tratamento privilegiado da União, já que o município extrapolou o limite de endividamento fixado por resolução do próprio Senado.
A manifestação dos senadores fez com que a CAE adiasse a votação e aprovasse para a próxima terça-feira uma audiência com o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, e o presidente do BNDES, Carlos Lessa. Eles serão chamados para prestar esclarecimentos sobre a operação.
De acordo com Marta, tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, concordam com a necessidade do empréstimo do BNDES.

Orçamento
Lula e Dirceu cobraram ontem dos líderes governistas uma atuação mais eficaz na Comissão de Orçamento, a fim de neutralizar a obstrução promovida há três semanas por PFL e PSDB. Apesar da cobrança, a oposição conseguiu ontem, mais uma vez, derrubar a sessão da comissão que votaria a liberação de cerca de R$ 1 bilhão em créditos suplementares para atenuar a crise financeira de órgãos do governo.
Além de travar a aprovação dos créditos, a obstrução promovida pela oposição atrasa a tramitação do Orçamento 2004.
Lula falou sobre o problema em almoço no Palácio da Alvorada com os líderes aliados no Senado. O presidente reclamou que os senadores não estão comparecendo às sessões porque querem mais emendas ao Orçamento 2004. "A oposição pode brigar e fazer obstrução. Mas quem tem maioria vota. Temos que usar essa maioria na Comissão de Orçamento", afirmou o presidente, segundo o relato de senadores.
Lula reclamou também dos parlamentares da "bancada da saúde", que também emperram o Orçamento por não concordarem com a inclusão de verbas de saneamento e alimentação como recursos da Saúde.
Exemplificou com o caso de Guaribas (PI), berço do Fome Zero. Com o investimento em alimentação e saneamento, a mortalidade infantil na cidade teria caído praticamente a zero. (SIMONE IWASSO e OTÁVIO CABRAL)

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