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ORÇAMENTO
Prefeita diz que Lula e Palocci concordam com crédito
Marta atribui retenção de verba do BNDES à bancada do Nordeste
DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), atribuiu a obstrução
da operação de crédito que faria
com o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social) a uma "manifestação do
Nordeste contra o Estado e a cidade de São Paulo".
"Aquilo é uma rolagem de dívida. Eles mesmos [PSDB E PFL]
sabiam que não tinham nenhuma
razão. É uma cena contra qualquer coisa que vá para São Paulo."
A manifestação dos senadores
impediu que a CAE (Comissão de
Assuntos Econômicos) do Senado aprovasse anteontem uma
operação de crédito no valor de
R$ 493,8 milhões, para a segunda
etapa do Programa de Implantação do Sistema Integrado de
Transporte Urbano de Passageiros do município de São Paulo.
Para pefelistas e tucanos, a prefeitura petista está tendo tratamento privilegiado da União, já
que o município extrapolou o limite de endividamento fixado
por resolução do próprio Senado.
A manifestação dos senadores
fez com que a CAE adiasse a votação e aprovasse para a próxima
terça-feira uma audiência com o
secretário do Tesouro Nacional,
Joaquim Levy, e o presidente do
BNDES, Carlos Lessa. Eles serão
chamados para prestar esclarecimentos sobre a operação.
De acordo com Marta, tanto o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o ministro da Fazenda,
Antonio Palocci Filho, concordam com a necessidade do empréstimo do BNDES.
Orçamento
Lula e Dirceu cobraram ontem
dos líderes governistas uma atuação mais eficaz na Comissão de
Orçamento, a fim de neutralizar a
obstrução promovida há três semanas por PFL e PSDB. Apesar da
cobrança, a oposição conseguiu
ontem, mais uma vez, derrubar a
sessão da comissão que votaria a
liberação de cerca de R$ 1 bilhão
em créditos suplementares para
atenuar a crise financeira de órgãos do governo.
Além de travar a aprovação dos
créditos, a obstrução promovida
pela oposição atrasa a tramitação
do Orçamento 2004.
Lula falou sobre o problema em
almoço no Palácio da Alvorada
com os líderes aliados no Senado.
O presidente reclamou que os senadores não estão comparecendo
às sessões porque querem mais
emendas ao Orçamento 2004. "A
oposição pode brigar e fazer obstrução. Mas quem tem maioria
vota. Temos que usar essa maioria na Comissão de Orçamento",
afirmou o presidente, segundo o
relato de senadores.
Lula reclamou também dos parlamentares da "bancada da saúde", que também emperram o
Orçamento por não concordarem
com a inclusão de verbas de saneamento e alimentação como recursos da Saúde.
Exemplificou com o caso de
Guaribas (PI), berço do Fome Zero. Com o investimento em alimentação e saneamento, a mortalidade infantil na cidade teria caído praticamente a zero. (SIMONE IWASSO e OTÁVIO CABRAL)
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