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Urna eletrônica reduz votos nulos de analfabetos
DA REDAÇÃO
A introdução da urna eletrônica eliminou um dos responsáveis pelos votos nulos para a
Câmara no período 1962-1998:
o erro ao preencher as cédulas
de papel utilizadas até então.
Antes de 1955, as cédulas
eram impressas pelos próprios
partidos, com os nomes dos
candidatos. Bastava o eleitor ir
até sua seção eleitoral e colocar
a cédula em um envelope rubricado pelo mesário. Eram poucos votos nulos, porque a cédula impressa reduzia o preenchimento errado.
Em 1955 foi introduzida a
"cédula única de votação", produzida e distribuída pela Justiça Eleitoral, que obrigava o
eleitor a preenchê-la na cabine
de votação. Com isso, os erros
de redação aumentaram -e
com ela a taxa de votos nulos.
Cédula oficial
Introduzida nas eleições presidenciais de 1955, ela dobrou a
taxa de votos nulos (de 1,8% em
1950 para 3,4% em 1955), mas
causou mais problemas nas
eleições proporcionais, em
1962. A proporção de nulos nas
eleições para a Câmara dos Deputados, passou de 1,7% em
1958, para 3,2%. Impacto similar ocorreu na taxa de votos em
branco, que passou de 7,5% em
1958 para 14,6% em 1962 -mudança motivada também pela
dificuldade em preencher a cédula de papel.
É certo que esse fator não explica outras variações ocasionais. Em 1970 a esquerda fez
campanha pelo voto nulo. Nas
eleições para a Câmara, a taxa
de nulos subiu de 6,8% para em
1966 para 9,4% em 1970 (a de
brancos passou de 14,2% para
20,9%). Nas eleições de 1974, o
MDB ganhou força como opção
eleitoral para a esquerda e as
taxas recuaram para 7,1% (nulos) e 14,2% (brancos).
Analfabetos
Outra evidência da influência dos erros de preenchimento
nos votos nulos é a evolução
ocorrida com Constituição de
1988, que deu o direito de voto
aos analfabetos: a taxa de votos
nulos para a Câmara, que foi de
6,2% em 1986, subiu para 13,7%
em 1990 e 25,2% em 1994. A de
votos brancos também subiu,
de 21,9% para 30,0%.
Com a introdução da urna
eletrônica, a taxa de votos nulos
caiu de 25,2% em 1994 para
9,8% em 1998 (na qual 57,6%
do eleitorado usou voto eletrônico), atingindo apenas 2,9%
em 2002 (na qual 100% do eleitorado usou o voto eletrônico).
O número de votos em branco também despencou, de
16,5% em 1994 para 10,2% em
1998 e apenas 4,7% em 2002.
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