São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ

Oposição quer que a OAB e o Congresso fiscalizem ação da PF

Presidentes de PSDB, PFL, PPS e PMDB se reúnem hoje para definir medidas contra o que julgam uso eleitoral da polícia

Partidos devem decidir sobre representação no TSE contra Lula por liberação de verba para agronegócio após ter apoio de Maggi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Presidentes de três partidos de oposição, além de Michel Temer, que comanda o dividido PMDB, se reúnem hoje em Brasília com o objetivo de decidir quais medidas tomar contra o que consideram uso eleitoral da Polícia Federal nas investigações sobre a tentativa de compra de dossiê antitucano.
Embalados por uma reportagem da revista "Veja" que afirma haver direcionamento pró-candidatura Luiz Inácio Lula da Silva nas investigações, os dirigentes oposicionistas devem pedir fiscalização do trabalho da PF pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pelo Congresso, além de discutir possíveis medidas judiciais.
"A nossa idéia é fazer uma intervenção nessa investigação, porque evidentemente o Ministério da Justiça ficou contumaz nesse tipo de ação [suposta atuação pró-governo]. O Márcio Thomaz Bastos [ministro da Justiça, pasta à qual a PF é vinculada] tem feito isso sempre, virou o criminalista do Lula", disse o presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE), que convocou a reunião.
Além de Temer, da ala oposicionista do PMDB, devem estar no encontro o senador Jorge Bornhausen (PFL) e o deputado Roberto Freire (PPS).
A reportagem da revista "Veja" sustenta que o governo está, por meio do Ministério da Justiça, atuando para evitar a incriminação de Freud Godoy, ex-assessor particular de Lula. Godoy foi apontado em um primeiro momento como uma das fontes do R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar o dossiê da família Vedoin, que chefia o esquema dos sanguessugas. Depois, Godoy foi inocentado.
No encontro, que ocorrerá à noite no gabinete de Tasso, os oposicionistas também deverão acertar o ingresso de uma representação no TSE contra Lula sob a acusação de crime eleitoral. Dizem que ele "comprou" o apoio do governador Blairo Maggi (PPS-MT), que declarou voto em Lula após receber a promessa de R$ 1 bilhão para comercialização de soja.


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