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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
Oposição quer que a OAB e o Congresso fiscalizem ação da PF
Presidentes de PSDB, PFL, PPS e PMDB se reúnem hoje para definir medidas contra o que julgam uso eleitoral da polícia
Partidos devem decidir sobre representação no TSE contra Lula por liberação de verba para agronegócio após ter apoio de Maggi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Presidentes de três partidos
de oposição, além de Michel
Temer, que comanda o dividido
PMDB, se reúnem hoje em Brasília com o objetivo de decidir
quais medidas tomar contra o
que consideram uso eleitoral
da Polícia Federal nas investigações sobre a tentativa de
compra de dossiê antitucano.
Embalados por uma reportagem da revista "Veja" que afirma haver direcionamento pró-candidatura Luiz Inácio Lula
da Silva nas investigações, os
dirigentes oposicionistas devem pedir fiscalização do trabalho da PF pela OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil) e pelo
Congresso, além de discutir
possíveis medidas judiciais.
"A nossa idéia é fazer uma intervenção nessa investigação,
porque evidentemente o Ministério da Justiça ficou contumaz nesse tipo de ação [suposta
atuação pró-governo]. O Márcio Thomaz Bastos [ministro
da Justiça, pasta à qual a PF é
vinculada] tem feito isso sempre, virou o criminalista do Lula", disse o presidente do PSDB,
o senador Tasso Jereissati
(CE), que convocou a reunião.
Além de Temer, da ala oposicionista do PMDB, devem estar
no encontro o senador Jorge
Bornhausen (PFL) e o deputado Roberto Freire (PPS).
A reportagem da revista "Veja" sustenta que o governo está,
por meio do Ministério da Justiça, atuando para evitar a incriminação de Freud Godoy,
ex-assessor particular de Lula.
Godoy foi apontado em um primeiro momento como uma das
fontes do R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar o dossiê
da família Vedoin, que chefia o
esquema dos sanguessugas.
Depois, Godoy foi inocentado.
No encontro, que ocorrerá à
noite no gabinete de Tasso, os
oposicionistas também deverão acertar o ingresso de uma
representação no TSE contra
Lula sob a acusação de crime
eleitoral. Dizem que ele "comprou" o apoio do governador
Blairo Maggi (PPS-MT), que
declarou voto em Lula após receber a promessa de R$ 1 bilhão
para comercialização de soja.
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