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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Para Tarso, debate sobre a ética já cansou eleitorado
Ministro sinaliza que PT vai explorar na campanha os
ataques do PCC em São Paulo, para desgastar Alckmin
Para petista, divulgação de
fotos do dinheiro que seria
usado na compra do dossiê
foi determinante para levar
eleição ao segundo turno
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) afirmou
ontem que o eleitorado está
"exaurido" do debate ético e sinalizou que o PT deve explorar,
a partir de agora, os ataques feitos pelo PCC em São Paulo para
desgastar o candidato do PSDB,
Geraldo Alckmin, e tentar mudar o foco do debate.
"A complacência do Estado
com uma organização criminosa é uma questão de ética pública e é mais grave do que a questão do dinheiro [para comprar
dossiê contra tucanos] ou da
mesma gravidade", disse ele,
antes de participar de um evento da campanha do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro considerou uma
falha da campanha à reeleição
não ter explorado no primeiro
turno a onda de violência em
São Paulo. "O partido ficou
muito encolhido, até por remorso, porque pessoas importantes [do PT] cometeram erros", disse Genro.
Ele defendeu que Alckmin
seja cobrado a respeito do fortalecimento do PCC em São
Paulo toda vez que o PSDB
questionar o presidente Lula a
respeito de escândalos de corrupção. "O eleitor já está exaurido do debate sobre ética. Perdemos no primeiro turno esse
debate porque o PT estava com
sentimento de culpa pelo envolvimento de seus integrantes
[em escândalos] e não reagiu à
altura", disse o ministro.
Para ele, o fator determinante para levar a eleição para o segundo turno foi o vazamento,
dias antes da eleição, da foto de
R$ 1,7 milhão apreendido com
dois integrantes do PT, dinheiro que seria utilizado para comprar um dossiê contra tucanos.
Ao comparar a exibição dessa
imagem ao seqüestro de Abílio
Diniz, ele afirmou que houve
uma tentativa de parte da mídia
de criminalizar o PT. "Foi uma
tentativa de criar, por parte da
mídia, uma relação simbólica
do presidente Lula com o dinheiro. Por mais que tu explique, no imaginário da população aquilo é um dinheiro que o
PT, o governo, o Lula pegou."
Em 1989 os seqüestradores
de Abílio Diniz foram vinculados ao PT no dia da votação do
segundo turno entre Lula e
Fernando Collor de Mello. Na
ocasião, a polícia foi acusada de
vestir e fotografar os presos
com camisetas do PT, mas a investigação foi arquivada, por
falta de provas.
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