São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Governo vai reformar palácio, desta vez com verba pública

Objetivo é resgatar as características originais do Planalto, inaugurado em 1960

Niemeyer será contratado para acompanhar obra, que não será paga pela iniciativa privada, como aconteceu com o Palácio da Alvorada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai promover uma reforma na sede do governo, o Palácio do Planalto. As negociações para a contratação do arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto de Brasília, foram iniciadas e a previsão é de que as obras tenham início no próximo ano. O objetivo, segundo assessores do presidente, é fazer uma restauração para preservar o prédio -Brasília é considerada patrimônio cultural da humanidade.
A idéia é resgatar as características originais do prédio, inaugurado em 21 de abril de 1960, data da transferência da capital para Brasília, e modernizar instalações elétricas e hidráulicas. Funcionários estimam que 40% da planta original tenha sofrido algum tipo de modificação ao longo dos anos.
A Presidência ainda não tem uma estimativa sobre o custo das obras, já que o projeto da reforma não foi feito. Mas assessores do presidente dizem que o dinheiro virá dos cofres públicos - o valor constará no orçamento da União de 2008. As empresas que farão o trabalho serão escolhidas por meio de licitação, que deve ser feita no primeiro semestre de 2008.
A reforma obrigará o presidente Lula e os ministros com gabinete no Planalto a ocupar outro local de trabalho. Não está definido onde o presidente despachará neste período.
O Palácio do Planalto tem quatro andares e quatro anexos, e uma área de 36 mil metros quadrados. O gabinete do presidente fica no terceiro andar. Está entre os prédios mais visitados por turistas, sobretudo nos finais de semana.

Alvorada
No primeiro mandato, Lula promoveu uma reforma na residência oficial da Presidência, o Palácio da Alvorada.
As obras começaram em dezembro de 2004, a um custo de R$ 18,4 milhões, e só foram concluídas em abril de 2006. O valor foi pago por 20 empresas, entre elas a Odebrecht, a Gerdau e a Vale do Rio Doce.
Das empresas que formaram a Associação para a Restauração do Palácio do Alvorada, 12 contribuíram com a campanha de Lula em 2006. Juntas, deram R$ 19,91 milhões, quase 20% da arrecadação do petista. Entre elas, 11 doaram também para Geraldo Alckmin (PSDB).
O objetivo da restauração no Alvorada era sanar problemas hidráulicos e elétricos do palácio, instalar ar-condicionado central e mudar a rede de energia de 110 volts para 220 volts.
(LETÍCIA SANDER)


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