Jamil Bittar - 1º.jan.2003 /Reuters

Fidel, Chávez e Goran Perssonse, da Suécia, na posse em 2003

Para evitar o esvaziamento de chefes de Estado em razão do Réveillon, o Palácio do Planalto estuda desmembrar a cerimônia de posse do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A avaliação de Lula e de auxiliares próximos, além de integrantes do Itamaraty, é que o fato de o evento estar marcado para o dia 1º de janeiro poderia afugentar delegações de outros países.
O fato também de ser uma cerimônia de reeleição é considerado outro motivo para que presidentes e chefes de Estado não se sintam motivados para se deslocarem até Brasília em pleno Ano Novo.
Lula tem a política externa como uma de suas principais bandeiras de governo e teme começar o segundo mandato com um quórum reduzido de delegações estrangeiras em sua festa de posse.
A idéia, ainda em discussão no gabinete do presidente, é deixar apenas as formalidades obrigatórias para o primeiro dia do ano, como receber a faixa presidencial das mãos de seu Cerimonial e visitar o Congresso para um discurso de abertura do segundo mandato no Executivo.
Para uma outra data, ainda na primeira quinzena de janeiro, o Planalto agendaria uma posse em estilo festivo, como ocorreu em 2003, quando, cercado por milhares de pessoas, o presidente recém-eleito percorreu a Esplanada dos Ministérios em carro aberto e discursou no parlatório diante de uma superlotada praça dos Três Poderes .
A intenção dos organizadores é que os chefes de Estado sejam convidados justamente para essa segunda data.
Para que os convites às delegações sejam encaminhados, e o PT possa cuidar da organização da festa de posse, Lula deve bater o martelo sobre o possível desmembramento ainda neste mês.
(EDUARDO SCOLESE)


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