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Murici triplica os convênios com a União
Renan Calheiros Filho, prefeito e filho de Renan Calheiros, não foi encontrado para comentar o assunto
Jefferson Coppola-02.fev.2005/Folha Imagem
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Renan Calheiros Filho, no seu gabinete, ao assumir o cargo |
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
Em seu primeiro ano sob o
comando de Renan Calheiros
Filho (PMDB), o município de
Murici -uma das 12 cidades
alagoanas investigadas pela Polícia Federal por fraudes em licitações e execuções de obras
com recursos federais- praticamente triplicou o número de
convênios assinados com órgãos da União em relação ao
ano anterior.
Em 2005, quando Renan Filho assumiu a Prefeitura de
Murici e seu pai, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi eleito presidente do Senado, a prefeitura
assinou 16 convênios com órgãos federais, que somavam
R$ 5,8 milhões (desse montante, R$ 4,6 milhões foram liberados). Em 2004, foram feitos
seis convênios entre a Prefeitura de Murici e órgãos federais,
para os quais foram liberados
R$ 1,8 milhão. Nessa época, o
município já era gerido por um
parente do senador, Remi Calheiros (PMDB), seu irmão.
Em 2006, Murici assinou 14
contratos com órgãos da União,
somando R$ 5,9 milhões
(R$ 1,78 milhão foi liberado).
Os números, com base no
Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), estão disponíveis no site da CGU (Controladoria Geral da União).
A Operação Carranca, realizada pela PF no início da semana, prendeu 21 pessoas suspeitas de fraudes em obras em 12
municípios de Alagoas.
Segundo a PF, a maioria das
obras conveniadas em Murici
era realizada pela Lacerda Engenharia Ltda. O dono da empreiteira, Ronaldo Lacerda, é
um dos presos pela PF.
Murici possui 25.968 habitantes, segundo o IBGE. Para
efeito de comparação, Boca da
Mata, cidade alagoana que tem
praticamente o mesmo número de habitantes de Murici
(25.145), assinou oito convênios com o governo federal no
mesmo ano. Os acordos somaram R$ 639 mil.
O prefeito de Murici, Renan
Calheiros Filho, não foi encontrado ontem para comentar os
números. A reportagem tenta
entrevistá-lo desde o início da
Operação Carranca.
Na prefeitura, onde agentes
federais cumpriram mandado
de busca e apreensão no início
da semana, ninguém atendeu
as ligações da reportagem durante a tarde. O prefeito também não foi encontrado pelo
telefone de sua residência.
No escritório do PMDB, ninguém quis se pronunciar a respeito do levantamento.
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