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CNJ decide na terça se abre processo contra juiz
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho Nacional de Justiça decidirá nesta terça-feira
se abre processo administrativo contra Fausto De Sanctis, o
juiz encarregado do inquérito
da Operação Satiagraha.
O pedido para que o CNJ se
pronuncie foi feito em setembro pelo deputado federal Raul
Jungmann (PPS-PE) com base
em reportagem da Folha que
informava que De Sanctis havia repassado a policiais federais senhas que dão acesso irrestrito a cadastros e históricos
de ligações telefônicas.
O corregedor do CNJ, Gilson
Dipp, havia arquivado a ação,
por não ver "indicação de falta
funcional". Mas o parlamentar
recorreu. Ontem, o recurso foi
anexado à pauta do conselho. A
decisão do CNJ, que é comandado por Gilmar Mendes, presidente do STF e desafeto de
De Sanctis, aumenta a pressão
sobre o juiz nesta semana.
Amanhã, o TRF (Tribunal
Regional Federal) da 3ª Região
poderá julgar pedido de afastamento de De Sanctis das investigações contra o banqueiro
Daniel Dantas, encaminhado
pela defesa do acusado. E, ainda na terça, termina o prazo
para que o magistrado decida
se vai se inscrever para uma vaga de desembargador no tribunal, iniciativa que poderá tirá-lo do caso após eventual posse.
Ontem, o advogado de Dantas, Nélio Machado, defendeu
que De Sanctis se afaste imediatamente do caso, por conta
do vazamento do conteúdo da
reunião que afastou o delegado
Protógenes Queiroz da Satiagraha -e em que Protógenes
disse ter mantido as investigações sobre sigilo por "compromisso" ao juiz. "Penso que, por
pudor, o magistrado deveria ter
a iniciativa e pedir para sair",
afirmou o advogado do banqueiro (leia texto na pág. A8).
De Sanctis declarou ontem
que não iria se manifestar.
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