São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2008

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Em reunião, ministro disse saber quem divulgou grampo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reunião na quinta-feira na sede da Abin (Agência Nacional de Inteligência), o ministro Jorge Armando Felix (Gabinete de Segurança Institucional) disse que a Polícia Federal já sabe quem tornou público o grampo com uma conversa do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes. A informação foi confirmada ontem à Folha pelo diretor-geral da Abin, Wilson Trezza, um dos 400 agentes presentes ao encontro.
Felix afirmou ontem que não se pronunciaria sobre a conversa. "Pedi reserva aos agentes. Se confirmo especulações feitas por mim na reunião e que disse para manter em sigilo, vão dizer que sou maluco."
A PF disse ontem, por meio da assessoria de imprensa, que não concluiu as investigações e que o ministro poderá ser chamado novamente para depor. A polícia informou que Felix já foi ouvido sobre o vazamento da escuta, o que ele nega.
Segundo reportagem no jornal "O Globo", Felix teria dito a dirigentes da Abin que o responsável pelo vazamento seria Nery Kluwe, presidente da Associação de Servidores da Abin. À Folha, Felix negou: "Não tenho nenhum indício de que qualquer agente da Abin tenham participado da gravação ou vazado informações".
Trezza seguiu a mesma linha do ministro: "Isso deve ser apurado. Ele [Kluwe] é um servidor da Abin que merece toda a confiança." Kluwe não foi encontrado ontem pela Folha.
A sindicância do GSI sobre o grampo que traz uma conversa do presidente do STF com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), iniciada em setembro com duração prevista de 30 dias, já foi prorrogada duas vezes. As conclusões deverão ser apresentadas ainda neste mês. A maioria dos agentes da Abin que participaram da Satiagraha já prestaram depoimento, inclusive Kluwe.


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