da Agência Folha, no Rio

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), André Lara Resende, negou ontem que esteja demissionário. "Não vou pedir demissão agora", disse.
A declaração foi dada quando Lara Resende participava, no final da manhã, de uma prova do 3º Circuito Hípico do Estado do Rio de Janeiro, na Sociedade Hípica Brasileira, no Rio.
Ele se negou, porém, a comentar os trechos de gravações feitas por meio de grampos telefônicos veiculados pela revista "Veja".
"Não vou falar sobre isso agora nem que caia um raio aqui", respondeu irritado, ao ouvir a simples menção sobre o sistema telefônico do BNDES.
A transcrição de trechos das fitas mostra o interesse do presidente do BNDES e do ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) em garantir a participação do banco Opportunity no leilão da Tele Norte Leste, formada pela Telerj e mais 15 empresas de telefonia fixa.
O banco de investimento tem como um de seus sócios Pérsio Arida, amigo do presidente do BNDES e ex-presidente do Banco Central.
Segundo as reproduções das fitas, o presidente do BNDES teria orientado Persio Arida a dar um lance vitorioso na disputa pela Telemar (Tele Norte Leste).
Em outro trecho (leia reprodução abaixo), Mendonça de Barros chega a referir-se ao consórcio concorrente, liderado pelo empresário Carlos Jereissati, como "inimigos". Este consórcio venceu o leilão.
Tentando permanecer alheio à polêmica, Lara Resende competiu ontem na Hípica com seu próprio cavalo, Jaccarda Blue, mas não conseguiu se classificar.
Após derrubar o penúltimo obstáculo do percurso, perdeu quatro pontos e saiu da disputa.
Amante do esporte há cerca de dois anos, o presidente do BNDES ocupa a 12ª colocação no ranking nacional da categoria proprietário, onde só competem donos de cavalos que não são profissionais do hipismo.



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