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PT NO DIVÃ
Presidente defende ajuste fiscal durante entrega de prêmio em SP
Não vamos promover política econômica milagrosa, diz Lula
JULIA DUALIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao defender a manutenção do
ajuste fiscal da economia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou ontem que o seu governo
não irá promover o que chamou
de "política milagrosa".
"Não há caminho de volta na
nossa economia. Nós vamos continuar fazendo um juro na medida que for preciso fazer, sem sobressaltos. Vamos continuar fazendo o controle. O ministro [Antonio] Palocci disse que vamos fazer o que é preciso", disse Lula.
Para ilustrar sua argumentação,
Lula, como de costume, usou como exemplo o seu casamento
com a primeira-dama, Marisa Letícia: "Eu e a Marisa somos casados há 30 anos, e a gente só compra quando pode comprar. Se não
puder comprar, espera o ano que
vem. Aprendemos a não viver de
dívida. E isso tem de ser levado
para a política".
Segundo o presidente, "o dinheiro do Estado tem de ser devolvido para o povo na maior responsabilidade fazendo aquilo que
é possível fazer".
Durante reunião do Diretório
Nacional do PT, no final de semana, o ministro Antonio Palocci Filho disse aos petistas que, se dependesse dele, o superávit primário de 4,25% seria mantido por
mais dez anos.
Lula participou ontem da cerimônia de entrega do Prêmio Brasileiro do Ano, promovida pela
Editora Três, em São Paulo. A primeira-dama e Palocci foram eleitos personalidade e brasileiro de
2003, respectivamente.
O presidente fez uma referência
indireta ao controle das contas
públicas, ao dizer que não será feita "aquela política que parece milagrosa para que todo mundo festeje em três meses e depois de
quatro meses está todo mundo
chorando". Defendeu, assim, o
crescimento sustentável da economia.
Aproveitou a presença do ex-jogador de futebol Raí para usar
mais uma metáfora futebolística:
"Não queremos dar passo maior
que a perna para a gente não ter
distensão. Por mais preparado
que o jogador esteja, se ele faz um
esforço exagerado, fica um mês
sem jogar".
Lula elogiou o ministro Antonio
Palocci, que é médico. Disse que
economistas, quando estão na
oposição, são melhores do que
quando estão na situação. "Quando estão no governo, não têm nenhuma fórmula para resolver os
problemas", declarou.
Colaborou VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO, da Folha Online
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