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São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2003

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PT NO DIVÃ

Presidente defende ajuste fiscal durante entrega de prêmio em SP

Não vamos promover política econômica milagrosa, diz Lula

JULIA DUALIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao defender a manutenção do ajuste fiscal da economia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o seu governo não irá promover o que chamou de "política milagrosa".
"Não há caminho de volta na nossa economia. Nós vamos continuar fazendo um juro na medida que for preciso fazer, sem sobressaltos. Vamos continuar fazendo o controle. O ministro [Antonio] Palocci disse que vamos fazer o que é preciso", disse Lula.
Para ilustrar sua argumentação, Lula, como de costume, usou como exemplo o seu casamento com a primeira-dama, Marisa Letícia: "Eu e a Marisa somos casados há 30 anos, e a gente só compra quando pode comprar. Se não puder comprar, espera o ano que vem. Aprendemos a não viver de dívida. E isso tem de ser levado para a política".
Segundo o presidente, "o dinheiro do Estado tem de ser devolvido para o povo na maior responsabilidade fazendo aquilo que é possível fazer".
Durante reunião do Diretório Nacional do PT, no final de semana, o ministro Antonio Palocci Filho disse aos petistas que, se dependesse dele, o superávit primário de 4,25% seria mantido por mais dez anos.
Lula participou ontem da cerimônia de entrega do Prêmio Brasileiro do Ano, promovida pela Editora Três, em São Paulo. A primeira-dama e Palocci foram eleitos personalidade e brasileiro de 2003, respectivamente.
O presidente fez uma referência indireta ao controle das contas públicas, ao dizer que não será feita "aquela política que parece milagrosa para que todo mundo festeje em três meses e depois de quatro meses está todo mundo chorando". Defendeu, assim, o crescimento sustentável da economia.
Aproveitou a presença do ex-jogador de futebol Raí para usar mais uma metáfora futebolística: "Não queremos dar passo maior que a perna para a gente não ter distensão. Por mais preparado que o jogador esteja, se ele faz um esforço exagerado, fica um mês sem jogar".
Lula elogiou o ministro Antonio Palocci, que é médico. Disse que economistas, quando estão na oposição, são melhores do que quando estão na situação. "Quando estão no governo, não têm nenhuma fórmula para resolver os problemas", declarou.


Colaborou VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO, da Folha Online


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