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CASO SANTO ANDRÉ
Ministro diz que irmão de Celso Daniel terá de provar envolvimento de petistas em esquema de propina
Gushiken separa Santo André do governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) disse ontem que o médico João Francisco
Daniel -irmão de Celso Daniel
(PT), prefeito de Santo André assassinado em janeiro de 2002-
terá de provar as acusações que
tem feito contra o PT.
João Francisco Daniel afirmou
que havia um esquema de desvio
de dinheiro da prefeitura para financiar campanhas políticas de
candidatos do PT. Disse ter tomado conhecimento do caso durante
uma conversa em que Gilberto
Carvalho (ex-secretário de Governo da cidade e hoje chefe de gabinete de Lula) lhe contou "que R$
1,2 milhão da propina foi entregue" ao então presidente do PT,
José Dirceu (hoje ministro-chefe
da Casa Civil). Gilberto e Dirceu
negam as acusações.
"Isso ele tem de provar", afirmou Luiz Gushiken, referindo-se
às acusações do irmão do prefeito
assassinado.
Na semana passada, a Justiça
paulista aceitou denúncia contra
o empresário Sérgio Gomes da
Silva como mandante da morte
de Celso Daniel. Segundo o Ministério Público, o empresário,
que teve sua prisão decretada,
queria manter o esquema municipal de arrecadação de propinas,
contra a vontade do prefeito.
Em junho de 2002, ele e outras
cinco pessoas foram denunciadas
sob acusação de comandar o esquema. A denúncia não foi aceita
pela Justiça. Em abril do ano passado, a Polícia Civil havia concluído que o assassinato do prefeito
fora um crime comum.
Núcleo duro
Gushiken é um dos ministros
mais próximos do presidente Lula. Integra o chamado núcleo duro, grupo que inclui os ministros
José Dirceu (Casa Civil) e Antonio
Palocci Filho (Fazenda) e se reúne
quase diariamente com o presidente para discutir todos os temas
considerados mais importantes
do governo.
Questionado se a reabertura das
investigações do assassinato de
Celso Daniel incomoda o governo
federal, Gushiken disse que não.
"É um problema localizado em
Santo André. Não tem absolutamente nada com o governo federal e não há incômodo nenhum.
Uma coisa é Santo André e outra
coisa é o governo federal, e não há
ligação", declarou.
O ministro disse ainda que análises ligando o caso de Santo André ao Palácio do Planalto são fruto de especulação.
"O exercício mental de jornalistas é livre e aberto, mas as ligações
não existem", afirmou.
(GABRIELA ATHIAS)
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