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RORAIMA
Ex-governador Neudo Campos é apontado como sendo o mentor do esquema que teria desviado R$ 230 milhões
Procuradoria acusa dois ex-assessores de Flamarion por desvio
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério Público Federal de
Roraima ofereceu ontem à Justiça
Federal no Estado denúncia (acusação formal) contra 12 pessoas
acusadas de envolvimento no
chamado "escândalo dos gafanhotos", esquema que teria levado ao desvio de R$ 230 milhões
dos cofres públicos.
Entre os denunciados está o ex-governador Neudo Campos (PP),
apontado pela força-tarefa que investiga a fraude como o mentor
do esquema. Ele governou Roraima de 1995 a abril de 2002.
Além dele, foram denunciados
Ângelo Paiva de Moura (ex-diretor da Polícia Judiciária do Estado) e Diva Briglia (ex-chefe da Casa Civil), que ocupavam cargos na
administração do atual governador, Flamarion Portela (que foi
afastado do PT). Os dois foram
exonerados depois das primeiras
prisões preventivas de acusados
de envolvimento no esquema, no
fim do mês passado.
Também foram denunciados o
ex-deputado estadual Sebastião
da Silva, conhecido como Cabo
Sebastião, e Carlos Eduardo Levischi, ex-diretor do extinto DER
(Departamento de Estradas e Rodagem). Ambos estão presos preventivamente.
Fecham a lista Olívia Paiva de
Moura, Rosilene Nogueira Araújo, Vagna Isaías Gomes de Lima,
Suelen Moura Reolon, Nádia Maria Santos Cunha, Evandro Rodrigues e Silva e Jeane Severiano dos
Santos, considerados, nas palavras do procurador Darlan Airton
Dias, "testas-de-ferro" dos que estariam no topo do esquema.
Os denunciados são acusados
de crimes de peculato (praticado
por servidor público que se apropria de dinheiro ou bem, público
ou particular, em benefício próprio ou de outra pessoa) e formação de quadrilha, em dois inquéritos conduzidos pela Procuradoria. Outras investigações apuram
possíveis crimes de lavagem de
dinheiro e de sonegação fiscal.
Entenda o caso
O esquema começou a ser investigado em setembro de 2002,
quando a Folha divulgou a existência dos "gafanhotos", como ficaram conhecidos os funcionários "fantasmas" do Estado.
Segundo as investigações do
Ministério Público Federal e da
Polícia Federal, a fraude consistiria no uso de 5.500 "gafanhotos"
(que "comiam" a folha de pagamentos) para o desvio de recursos
públicos.
Ao menos 30 autoridades do Estado, entre elas ex-parlamentares,
atuais deputados estaduais e federais e conselheiros do Tribunal de
Contas do Estado, são apontados
como os principais beneficiários
do esquema. Essas autoridades
indicariam os nomes dos "gafanhotos" para entrar na folha de
pagamentos, e os procuradores
receberiam os salários em nome
dos funcionários e até as restituições do Imposto de Renda.
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