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Procurador diz que relatório foi uma "palhaçada"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O procurador da República Celso Antônio Três, 42,
disse ontem que o resultado
final da CPI do Banestado foi
uma "palhaçada". Segundo
ele, a CPI foi inútil e serviu
apenas "para desmoralizar o
instituto da CPI".
"Ninguém vai ser punido.
A apuração da CPI era para
punir, não para dar anistia."
O procurador, ao conseguir a quebra do sigilo das
remessas CC5 (de não residentes), em maio de 1999, foi
o responsável pela descoberta de um esquema de lavagem de dinheiro que usava
as contas CC5 para remessas
ilegais ao exterior. A CPI do
Banestado é fruto de investigações sobre essas remessas.
"Infelizmente não há outra
palavra para definir mais
claramente essa piada de relatório. É uma palhaçada,
com todas as letras, o que fez
a CPI do Banestado com esse
relatório, que inocenta até o
sr. Paulo Maluf", disse.
Segundo ele, a CPI só acertou ao pedir o indiciamento
do ex-presidente do Banco
Central Gustavo Franco. "O
Banco Central foi omisso o
tempo todo nesse esquema."
Mas as maiores críticas de
Três são para a possibilidade
de anistia fiscal para o repatriamento de dinheiro hoje
no exterior. "O Brasil se torna, cada vez mais, o país da
anistia", disse.
Três afirmou ser "jogo de
cena" o fato de o relatório do
deputado José Mentor (PT-SP) apontar que ficariam fora dessa anistia fiscal os casos de corrupção, desvio de
recursos públicos ou de dinheiro com origem no narcotráfico.
(JOSÉ MASCHIO)
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