São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

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Procurador diz que relatório foi uma "palhaçada"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O procurador da República Celso Antônio Três, 42, disse ontem que o resultado final da CPI do Banestado foi uma "palhaçada". Segundo ele, a CPI foi inútil e serviu apenas "para desmoralizar o instituto da CPI".
"Ninguém vai ser punido. A apuração da CPI era para punir, não para dar anistia."
O procurador, ao conseguir a quebra do sigilo das remessas CC5 (de não residentes), em maio de 1999, foi o responsável pela descoberta de um esquema de lavagem de dinheiro que usava as contas CC5 para remessas ilegais ao exterior. A CPI do Banestado é fruto de investigações sobre essas remessas.
"Infelizmente não há outra palavra para definir mais claramente essa piada de relatório. É uma palhaçada, com todas as letras, o que fez a CPI do Banestado com esse relatório, que inocenta até o sr. Paulo Maluf", disse.
Segundo ele, a CPI só acertou ao pedir o indiciamento do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. "O Banco Central foi omisso o tempo todo nesse esquema."
Mas as maiores críticas de Três são para a possibilidade de anistia fiscal para o repatriamento de dinheiro hoje no exterior. "O Brasil se torna, cada vez mais, o país da anistia", disse.
Três afirmou ser "jogo de cena" o fato de o relatório do deputado José Mentor (PT-SP) apontar que ficariam fora dessa anistia fiscal os casos de corrupção, desvio de recursos públicos ou de dinheiro com origem no narcotráfico. (JOSÉ MASCHIO)


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