|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Congresso é reprovado por 36% dos eleitores, diz Datafolha
MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO
Envolvido em dois grandes
escândalos -mensalão e sanguessugas-, o Congresso termina o ano mais mal avaliado
pelos eleitores do que a legislatura anterior. Segundo pesquisa Datafolha realizada na quarta-feira, antes do aumento salarial do Congresso, 36% dos entrevistados dizem que o desempenho dos parlamentares é
"ruim ou péssimo". Em 2002,
29% deram a mesma resposta.
Embora a taxa dos que reprovam esta legislatura seja mais
alta do que há quatro anos, os
atuais parlamentares conseguiram, nos últimos meses, uma
"recuperação de prestígio", como afirma o diretor-geral do
Datafolha, Mauro Paulino.
Isso porque os deputados e
senadores que assumiram em
2003 são donos da pior avaliação dos últimos 13 anos. Foi em
agosto do ano passado, no auge
do escândalo do mensalão, que
o Congresso foi classificado como "ruim ou péssimo" por 48%
dos eleitores. Depois disso, o
índice registrou quedas, ficando agora em 36%. Somente 19%
consideram o desempenho da
Câmara e do Senado como "ótimo ou bom", enquanto 38%
avaliam como "regular".
A reprovação poderia ser
pior. A última pesquisa foi feita
na quarta, um dia antes de o
Congresso aumentar o próprio
salário em 91%. A partir de fevereiro, deputados e senadores
receberão R$ 24,5 mil.
"É possível que a avaliação
esteja hoje pior do que há dois
dias", afirmou ontem Paulino.
Segundo ele, como 82% da população do país tem renda familiar abaixo de cinco salários
mínimos, ou R$ 1.750, "esse é o
tipo de notícia que repercute
muito negativamente".
Pessimismo
Marcada pelos casos de corrupção, a atual legislatura fez
aumentar a expectativa pessimista para a que assume em fevereiro do ano que vem.
No fim de 2002, 57% dos eleitores esperavam que os parlamentares eleitos na eleição daquele ano tivessem desempenho "ótimo ou bom". Agora, a
taxa caiu 14 pontos percentuais, indo para para 43%.
Ao mesmo tempo, subiu o índice dos que acreditam que os
congressistas eleitos em outubro terão um desempenho
"ruim ou péssimo" nos próximos quatro anos. A taxa é de
14% agora, contra 5% de quatro
anos atrás. Esperam desempenho regular 32% dos eleitores.
A pesquisa foi realizada em
111 municípios do país, com
2.178 eleitores. A margem de
erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Texto Anterior: Câmara pede ajuda para fazer economia Próximo Texto: STF barra elevação do limite salarial para os promotores Índice
|