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STF barra elevação do limite salarial para os promotores
Ministros do Supremo decidem que salário dos membros do Ministério Público dos Estados fica limitado a R$ 22.111
Relatório da Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo diz que 1.024 procuradores e promotores ganham mais que o teto constitucional
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O STF (Supremo Tribunal
Federal) suspendeu ontem a
resolução do CNMP (Conselho
Nacional do Ministério Público) que havia liberado o pagamento a promotores e procuradores de Justiça de salário superior a R$ 22.111 -limite
constitucional para os Estados.
Os ministros concederam liminar pedida pelo procurador-geral da República, Antonio
Fernando de Souza, em ação direta de inconstitucionalidade
contra o CNMP, que é presidido por ele. A decisão do tribunal foi unânime. Os ministros
entenderam que a remuneração dos membros do Ministério
Público dos Estados está limitada a R$ 22.111 - 90,25% do
salário dos ministros do Supremo, hoje de R$ 24.500, que é o
teto do funcionalismo federal.
Para eles, a Constituição fixa
dois tetos: o salário do STF para
a área federal e três subtetos estaduais (90,25% da remuneração do STF para desembargadores de Tribunais de Justiça e
membros do Ministério Público, os salários do governador
para o Executivo e o dos deputados estaduais para o Legislativo). Foi a primeira decisão do
STF contra medidas que descumprem o sistema de teto do
serviço público. No Judiciário,
os desembargadores dos TJs
também relutam em cortar
suas remunerações.
Na semana passada, o STF
suspendeu uma resolução do
CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) que restabelecera as
férias coletivas de juízes de primeira e segunda instâncias,
após terem sido extintas pela
reforma do Judiciário de 2004.
Os dois conselhos foram instituídos pela reforma para fazer
o controle externo da Justiça e
do Ministério Público, mas são
acusados de ceder a pressões
corporativas. O CNJ já aprovou
liberar o pagamento a desembargadores dos TJs de salário
acima do subteto, de R$ 22.111,
mas não transformou a decisão
em resolução. Se isso ocorrer, o
STF deverá derrubá-la.
Relatório da Procuradoria
Geral de Justiça de São Paulo
diz que 1.024 procuradores e
promotores têm remuneração
superior ao teto constitucional.
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