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MMDC
Alvarenga é novo integrante da sigla que representa combatentes paulistas
Lei acrescenta herói à Revolução de 32
MARINA MOTOMURA
DA REDAÇÃO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sancionou no último dia 14 uma lei que,
na prática, reescreve parte da história do Estado. O texto, publicado no Diário Oficial do Estado,
acrescenta a letra "A" à sigla
"MMDC", que é formada pelas
iniciais dos nomes de quatro
combatentes mortos durante a
Revolução de 1932.
A lei, segundo o deputado estadual José Caldini Crespo (PFL),
autor do projeto, deve reparar
uma "injustiça histórica". A nova
letra refere-se a Alvarenga (Orlando de Oliveira Alvarenga), um dos
mortos em combate. "Foi uma falha, de certa forma, que o Alvarenga não tivesse sido incluído na
sigla MMDC", diz Crespo.
As iniciais MMDC lembram
Mario Martins de Almeida, Euclydes Bueno Miragaia, Drausio
Marcondes de Souza e Antonio
Americo de Camargo Andrade,
mortos nos conflitos contra aliados de Getúlio Vargas em 23 de
maio de 1932.
A Sociedade dos Veteranos de
32 reagiu à mudança. "Foi uma
surpresa muito grande para nós,
porque não fomos consultados",
diz Geraldo Faria Marcondes, 91,
presidente da organização.
Marcondes tem dúvidas sobre a
data dos ferimentos de Alvarenga.
"Pelos documentos que nós temos, do Hospital Santa Rita, ele
foi ferido só em agosto. Há um espaço de tempo em que ele não
aparece internado no hospital."
O veterano de 32 afirma que vai
procurar Alckmin para tentar
mostrar os documentos.
Crespo baseou o projeto de lei
nas investigações de Hely Felisberto Carneiro, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico
de Sorocaba (SP), e do desembargador Emeric Lévay, coordenador do Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo. "Há falhas em
fatos da história da humanidade,
e o dia 23 de maio de 1932 não seria exceção", diz Carneiro.
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