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Juiz exclui Dirceu de ação por improbidade
Decisão também beneficia ex-ministro Anderson Adauto em uma ação referente ao caso do mensalão
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O juiz Alaor Piacini, da 9ª Vara Federal de Brasília, excluiu
os ex-ministros José Dirceu
(Casa Civil) e Anderson Adauto
(Transportes) de uma ação de
improbidade administrativa
referente ao mensalão.
O juiz, no entanto, decidiu
manter o processo contra o deputado Paulo Rocha (PT-PA),
os ex-deputados petistas Professor Luizinho (SP) e João
Magno (MG), além de José
Luiz Alves, ex-chefe-de-gabinete de Adauto. "Há indícios de
atos de improbidade de autoria" dos quatro, diz o juiz.
Ainda na decisão, o juiz extinguiu o processo contra o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido
Delúbio Soares, o ex-secretário-geral Silvio Pereira e o empresário Marcos Valério de
Souza, que repassava o dinheiro do mensalão a congressistas.
As penas para crime de improbidade são a perda dos bens
e de direitos políticos, multa e
ressarcimento ao erário. No caso de Dirceu e Adauto, o juiz se
baseou em decisão do Supremo
Tribunal Federal de 2007 para
defender que não cabe ação de
improbidade contra ex-ministros. Para Piacini, eles "devem
responder, em tese, por crime
de responsabilidade" no STF.
Os dois ex-ministros, Genoino, Delúbio, Valério e Pereira
respondem a outras quatro
ações de improbidade, também
devido ao mensalão, movidas
na Justiça Federal em Brasília.
No entendimento de Piacini,
o Ministério Público Federal
exagerou no número de processos com o mesmo teor. Como o
que tramita na 8ª Vara Federal
estaria mais adiantado, o juiz
resolveu, então, extinguir ação
de sua vara contra Delúbio, Valério, Genoino e Pereira.
O Ministério Público não comentou a decisão do juiz. Há
uma ação penal do mensalão no
STF. Quarenta são réus, incluindo Adauto e Dirceu.
Hoje, Adauto é prefeito de
Uberaba (MG) pelo PMDB. Alves tem cargo na administração
municipal. A assessoria deles
disse que Adauto está em férias
e Alves não foi localizado.
O advogado Wellington Alves Valente, defensor de João
Magno, afirmou que o ex-deputado não pode ser julgado por
improbidade porque não movimentava verba pública.
O deputado Paulo Rocha não
telefonou de volta. A reportagem não localizou Luizinho.
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