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Roseana foi melhor que José Sarney e seus sucessores em 4 de 6 indicadores
Filha supera o pai em áreas que dependem da ação do Estado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A governadora Roseana Sarney
(PFL) tem um desempenho pior
do que o da média do Nordeste
em vários indicadores, mas pode
dizer com tranquilidade que governa o Maranhão de forma mais
eficiente -ou menos pior- do
que seu pai, o ex-presidente da
República (85-90) e hoje senador
José Sarney (PMDB-AP).
Em quatro de seis indicadores
para os quais a ação do Estado é
vital, Roseana apresenta melhores
resultados do que os do período
em que o Maranhão foi governado por seu pai e uma longa linhagem de sucessores sarneyzistas.
José Sarney foi eleito governador do Maranhão em 1965. Tomou posse em 1966. De 1970 em
diante, o Estado teve uma sucessão de governadores (eleitos indiretamente, por indicação dos militares, ou diretamente) subordinados ao sarneyzismo. Houve casos em que ocorreram desentendimentos posteriores, mas todos
os sucessores de Sarney sentaram
na cadeira de governador no Palácio dos Leões com sua anuência.
Roseana foi a última, tomando
posse em 1º de janeiro de 1995. Ao
todo, são 29 anos de José Sarney e
seus aliados e mais sete anos de
Roseana. Total: 36 anos.
Roseana está melhor do que seu
pai e outros antecessores em mortalidade infantil, erradicação do
analfabetismo na populações acima de cinco e de 15 anos e na instalação de rede de esgoto. O desempenho da pefelista é sofrível
para esgoto se comparado à média do Nordeste, mas ainda assim
é melhor do que o período anterior da era Sarney.
O dado mais vistoso de Roseana
é a redução da mortalidade infantil. Mesmo assim, o Maranhão
apenas voltou a ter uma média
igual à do Nordeste, algo inédito
desde 86. Hoje, a taxa de mortalidade infantil no Estado é de 52,79
para cada mil crianças nascidas
vivas. Houve queda de 18,30% nos
anos de Roseana. No Nordeste, a
taxa é de 52,31 por mil nascidas vivas, e a redução foi de 12,49%.
No governo da pefelista, deu-se
uma redução média anual de 2,8
na taxa de mortalidade infantil no
Maranhão. Nos 29 anos anteriores, a queda anual foi de 1,22. Ainda assim, o Maranhão está atrás
da média brasileira, que é de 33,70
por mil nascidos vivos.
Nos casos de redução de analfabetismo e de aumento da rede de
esgoto, Roseana tem pouco a comemorar. Ela foi melhor do que
seu pai e outros sarneyzistas, mas
apresentou um crescimento abaixo da média do Nordeste.
Um outro indicador para o qual
Roseana apresenta um desempenho bom é a urbanização de seu
Estado. Quando assumiu o governo, havia 43,72% dos maranhenses morando em cidades. Hoje, o
percentual é de 59,53% -um salto de 36,16%. No Nordeste, o aumento da urbanização foi de
9,64% no mesmo período.
O fornecimento de água tratada
e luz elétrica são dois indicadores
sob responsabilidade do Estado
para os quais Roseana apresentou
um desempenho pior do que o de
seu pai e outros antecessores nos
29 anos antes de sua posse.
Para os indicadores de bens duráveis (fogão, geladeira e TV), Roseana ficou abaixo da média geral
de seu pai e de outros antecessores sarneyzistas. A governadora,
entretanto, costuma apenas se
comparar à média do Nordeste
dos últimos setes anos, que foi
menor do que a registrada no Maranhão.
(FERNANDO RODRIGUES)
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