São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2002

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Roseana foi melhor que José Sarney e seus sucessores em 4 de 6 indicadores

Filha supera o pai em áreas que dependem da ação do Estado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A governadora Roseana Sarney (PFL) tem um desempenho pior do que o da média do Nordeste em vários indicadores, mas pode dizer com tranquilidade que governa o Maranhão de forma mais eficiente -ou menos pior- do que seu pai, o ex-presidente da República (85-90) e hoje senador José Sarney (PMDB-AP).
Em quatro de seis indicadores para os quais a ação do Estado é vital, Roseana apresenta melhores resultados do que os do período em que o Maranhão foi governado por seu pai e uma longa linhagem de sucessores sarneyzistas.
José Sarney foi eleito governador do Maranhão em 1965. Tomou posse em 1966. De 1970 em diante, o Estado teve uma sucessão de governadores (eleitos indiretamente, por indicação dos militares, ou diretamente) subordinados ao sarneyzismo. Houve casos em que ocorreram desentendimentos posteriores, mas todos os sucessores de Sarney sentaram na cadeira de governador no Palácio dos Leões com sua anuência. Roseana foi a última, tomando posse em 1º de janeiro de 1995. Ao todo, são 29 anos de José Sarney e seus aliados e mais sete anos de Roseana. Total: 36 anos.
Roseana está melhor do que seu pai e outros antecessores em mortalidade infantil, erradicação do analfabetismo na populações acima de cinco e de 15 anos e na instalação de rede de esgoto. O desempenho da pefelista é sofrível para esgoto se comparado à média do Nordeste, mas ainda assim é melhor do que o período anterior da era Sarney.
O dado mais vistoso de Roseana é a redução da mortalidade infantil. Mesmo assim, o Maranhão apenas voltou a ter uma média igual à do Nordeste, algo inédito desde 86. Hoje, a taxa de mortalidade infantil no Estado é de 52,79 para cada mil crianças nascidas vivas. Houve queda de 18,30% nos anos de Roseana. No Nordeste, a taxa é de 52,31 por mil nascidas vivas, e a redução foi de 12,49%.
No governo da pefelista, deu-se uma redução média anual de 2,8 na taxa de mortalidade infantil no Maranhão. Nos 29 anos anteriores, a queda anual foi de 1,22. Ainda assim, o Maranhão está atrás da média brasileira, que é de 33,70 por mil nascidos vivos.
Nos casos de redução de analfabetismo e de aumento da rede de esgoto, Roseana tem pouco a comemorar. Ela foi melhor do que seu pai e outros sarneyzistas, mas apresentou um crescimento abaixo da média do Nordeste.
Um outro indicador para o qual Roseana apresenta um desempenho bom é a urbanização de seu Estado. Quando assumiu o governo, havia 43,72% dos maranhenses morando em cidades. Hoje, o percentual é de 59,53% -um salto de 36,16%. No Nordeste, o aumento da urbanização foi de 9,64% no mesmo período.
O fornecimento de água tratada e luz elétrica são dois indicadores sob responsabilidade do Estado para os quais Roseana apresentou um desempenho pior do que o de seu pai e outros antecessores nos 29 anos antes de sua posse.
Para os indicadores de bens duráveis (fogão, geladeira e TV), Roseana ficou abaixo da média geral de seu pai e de outros antecessores sarneyzistas. A governadora, entretanto, costuma apenas se comparar à média do Nordeste dos últimos setes anos, que foi menor do que a registrada no Maranhão. (FERNANDO RODRIGUES)




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