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OS PERDEDORES
Virgílio diz que não é responsável por derrota
VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
Na volta ao batente, após ser
derrotado nas eleições para a presidência da Câmara, o ex-candidato dissidente, Virgílio Guimarães (PT-MG), evitou a reunião da
bancada do PT, mas voltou ao estilo bonachão de antes.
Em entrevista por telefone à Folha, ontem, Virgílio repetiu que
não há crime que justifique qualquer tipo de punição por parte do
PT e rebate os que lhe imputam a
culpa pela derrota do governo e
de seu partido na Casa.
Folha - Como o sr. vê a vitória de
Severino Cavalcanti na Câmara?
Virgílio Guimarães - Era um resultado esperado. Havia uma avaliação equivocada do governo e
do PT de que era preciso me tirar
do segundo turno porque seria
mais fácil ganhar do Severino. Então, o governo trabalhou para tirar votos meus. O método que o
PT adotou foi muito agressivo
com os partidos da base aliada. As
pesquisas já mostravam que
Greenhalgh perderia, qualquer
que fosse o adversário no segundo turno das eleições.
Folha - O sr. foi traído também
pelos que lhe prometeram apoio?
Guimarães - É indevido forçar as
pessoas a prometerem apoio. É o
mesmo que perguntar a alguém:
"Você me acha bonito?" Todos serão obrigados a dizer que sim.
Folha - O que o sr. responde aos
que o responsabilizam pela derrota do PT e do governo?
Guimarães - Não fui responsável.
Acho que fiz um bem ao parlamento e à sociedade, contribuímos muito para tornar o processo
de escolha mais transparente.
Folha - O PT ficou fora da Mesa...
Guimarães - Isso se deveu a um
cochilo do PT. Quando perdeu a
presidência, o partido teria direito
de pleitear a segunda escolha.
Folha - O sr. acha que será punido
pelo PT?
Guimarães - Não há razão para
haver punições. Confio na justiça
do meu partido, que saberá ver
que eu não afrontei nenhuma determinação partidária.
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