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Governo sofre ameaça
de rebelião de líderes
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Aproveitando a fragilidade da
liderança governista na Câmara
dos Deputados, os líderes dos
partidos aliados ao Palácio do Planalto aproveitaram uma tensa
reunião na noite de ontem para
cobrar o cumprimento de compromissos acertados. Caso contrário, entrarão em rebelião.
O líder do governo na Câmara,
deputado Professor Luizinho
(PT-SP), ouviu dos líderes aliados
que as votações na Casa só vão andar, neste ano, caso o governo
cumpra o que prometeu.
Traduzindo: liberação de verbas
para obras incluídas por deputados no Orçamento e indicação de
aliados desses mesmos deputados
para cargos federais.
O líder da bancada do PP, José
Janene, teria dito, segundo relato
de presentes ao encontro, que "essa Casa só começa a andar depois
que o governo cumprir o que prometeu e liberar os restos a pagar
do orçamento do ano passado".
Luizinho ficou de marcar uma
reunião entre eles e o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre a
derrota de anteontem, a avaliação
foi uma só. Embora a orientação
das lideranças fosse uma, as "bases" dos partidos aproveitaram a
votação para dar o troco.
Ontem foi dia também de o PT
"fechar para balanço". Críticas ao
Planalto, ao candidato rebelde
Virgílio Guimarães (MG), aos
partidos aliados e ataques entre os
próprios petistas marcaram a reunião dos 91 deputados da legenda,
que durou quase todo o dia.
Hoje haverá um "segundo tempo". Houve argumento de que a
insistência em aprovar a emenda
da reeleição prejudicou a escolha
do candidato petista, houve a tese
contrária, de que se houvesse a
reeleição, João Paulo Cunha (PT-SP) se manteria no cargo com facilidade, houve quem pusesse a
culpa em Virgílio, reclamando da
forma como o candidato oficial
do partido foi escolhido.
A cobrança de que o governo e
os seus ministros têm que melhorar a relação com a bancada, também veio à tona: "É importante
reconhecer o legislador e, de vez
em quando, tirar a bunda da cadeira e conversar com deputados", disse Paulo Bernardo (PR).
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