São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

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Governo sofre ameaça de rebelião de líderes

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aproveitando a fragilidade da liderança governista na Câmara dos Deputados, os líderes dos partidos aliados ao Palácio do Planalto aproveitaram uma tensa reunião na noite de ontem para cobrar o cumprimento de compromissos acertados. Caso contrário, entrarão em rebelião.
O líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho (PT-SP), ouviu dos líderes aliados que as votações na Casa só vão andar, neste ano, caso o governo cumpra o que prometeu.
Traduzindo: liberação de verbas para obras incluídas por deputados no Orçamento e indicação de aliados desses mesmos deputados para cargos federais.
O líder da bancada do PP, José Janene, teria dito, segundo relato de presentes ao encontro, que "essa Casa só começa a andar depois que o governo cumprir o que prometeu e liberar os restos a pagar do orçamento do ano passado".
Luizinho ficou de marcar uma reunião entre eles e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre a derrota de anteontem, a avaliação foi uma só. Embora a orientação das lideranças fosse uma, as "bases" dos partidos aproveitaram a votação para dar o troco.
Ontem foi dia também de o PT "fechar para balanço". Críticas ao Planalto, ao candidato rebelde Virgílio Guimarães (MG), aos partidos aliados e ataques entre os próprios petistas marcaram a reunião dos 91 deputados da legenda, que durou quase todo o dia.
Hoje haverá um "segundo tempo". Houve argumento de que a insistência em aprovar a emenda da reeleição prejudicou a escolha do candidato petista, houve a tese contrária, de que se houvesse a reeleição, João Paulo Cunha (PT-SP) se manteria no cargo com facilidade, houve quem pusesse a culpa em Virgílio, reclamando da forma como o candidato oficial do partido foi escolhido.
A cobrança de que o governo e os seus ministros têm que melhorar a relação com a bancada, também veio à tona: "É importante reconhecer o legislador e, de vez em quando, tirar a bunda da cadeira e conversar com deputados", disse Paulo Bernardo (PR).


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