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Associação quer estender proibição aos outros Poderes
DA REPORTAGEM LOCAL
Na esteira da decisão do
Supremo, a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) quer estender a proibição do nepotismo ao Legislativo e ao Executivo. A
entidade vai propor ao Ministério Público da União o
oferecimento de ações civis
públicas para que a medida
alcance os outros Poderes.
"O Judiciário é o primeiro
a se libertar do nepotismo, o
que nos dá legitimidade para
cobrar o seu fim nos outros
Poderes", diz Rodrigo Collaço, presidente da AMB.
"Essa prática é tão nociva
nos demais Poderes quanto
no Judiciário", diz a presidente da Ajuris (de juízes do
Rio Grande do Sul), Denise
Oliveira Cezar, que questiona a legitimidade do Conselho Nacional de Justiça.
"A decisão do STF deve ser
cumprida até por quem discorda dela", diz. "O Supremo optou pelo princípio da
moralidade pública no cotejo com o princípio da legalidade", diz a magistrada.
"Gostaria que a alegria da
magistratura fosse estendida
a toda a administração pública", diz José Lúcio Munhoz, da Amatra-SP (juízes
trabalhistas). "A decisão valoriza o CNJ, mas não lhe dá
o poder de legislar", diz.
"O Supremo confirmou
que a medida do CNJ estava
nos limites da constitucionalidade", diz Marcelo Semer,
presidente da Associação
Juízes para Democracia.
O advogado Fábio Konder
Comparato diz que o STF
nada mais fez do que aplicar
a Constituição: "Seria surpreendente se não agisse
desta forma". Para ele, o CNJ
não precisa de uma ordem
para aplicar a Constituição.
Para o procurador-geral
de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, "o nepotismo
ofende o princípio da moralidade e precisa ser combatido em todos os Poderes."
O presidente do Instituto
dos Advogados de São Paulo, Tales Castelo Branco, diz
que o STF "sucumbiu" à
pressão popular: "Essa perseguição contra a contratação de parentes é um rematado equívoco. O STF deveria proibir a contratação de
pessoas incompetentes."
(FREDERICO VASCONCELOS e LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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