DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REPORTAGEM LOCAL

Em pelo menos um momento, a nova campanha publicitária do governo e o recém-exibido programa eleitoral de seu candidato ultrapassam a fronteira da "identificação de conteúdo" para cair na simples repetição de imagens.
A cena de um avião no hangar da Embraer embalada pelo "jingle" do programa de Serra é a mesma que aparece sob a narração em "off" do presidente da empresa, Maurício Botelho, em um dos anúncios comemorativos dos oito anos de governo FHC.
Segundo a Secretaria de Comunicação, a coincidência se deve à compra de imagens de arquivo. PC Bernardes, que trabalhou com o publicitário de Serra, Nelson Biondi, na criação do programa eleitoral, detalha a explicação.
Bernardes diz que, por questão de custo, não faria sentido produzir os 20 minutos que foram levados ao ar. Ele calcula que 70 imagens tenham sido compradas de diversas produtoras, inclusive do material feito pela Conspiração Filmes para a campanha de Fernando Henrique à reeleição em 1998.
"Usar essas fontes é normal. Buscávamos mesmo associação entre o Serra e as coisas do governo", diz. Para ele, uma falha na seleção fez com que a mesma cena fosse parar no programa e no anúncio.
Examinados com atenção, também os textos revelam mais do que uniformidade de temas. No programa, as mudanças na telefonia são saudadas por meio de uma comparação: a linha que "hoje custa R$ 80 custava R$ 8.000 anos atrás". Aleksandar Mandic diz exatamente o mesmo em seu depoimento. (RC e RLP)


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