DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de o Instituto Cidadania ser "a ONG do Lula", o presidenciável não consta do quadro de diretores. Formalmente, é apenas um conselheiro.
Lula deixou a presidência para seu amigo Paulo Okamotto, 46, pessoa de confiança desde a época do sindicalismo.
Ex-tesoureiro da campanha de 89 e ex-presidente do PT em São Paulo, Okamotto foi acusado em 1997 por Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário nas administrações petistas de São José dos Campos e Campinas, de integrar um esquema de arrecadação ilegal para o partido.
Segundo Venceslau, Okamotto pressionava prefeituras petistas a fazer contratos com a Cpem (Consultoria para Empresas e Municípios), que teria como um de seus diretores "de fato" Roberto Teixeira, compadre de Lula e dono da casa em que ele morava, em São Bernardo do Campo. Na versão de Venceslau, parte do dinheiro repassado pela Cpem a prefeituras petistas seria entregue ao partido.
Okamotto negou as acusações e disse que Venceslau, a quem está processando, "delirava". Uma comissão interna do PT o inocentou. Apesar do turbilhão, Lula não perdeu a confiança no amigo.
Outras pessoas da estrita confiança de Lula compõem a equipe do Instituto -nenhum, incluindo o presidenciável, recebe remuneração, segundo a ONG.
Destacam-se, além de Okamotto, Guido Mantega (economista), Paulo Vanucchi (ligado ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), Bernardo Kucinski (professor de jornalismo da USP), Carlos Tibúrcio (da coordenação do Fórum Social Mundial) e José Graziano (Unicamp). Todos, de uma forma ou de outra, estarão próximos de Lula em sua quarta campanha presidencial.
Há ainda no Instituto um conselho consultivo de 45 nomes, que se reúne esporadicamente e cujos integrantes -entre eles, Marta Suplicy, José Dirceu e Aloizio Mercadante- não são remunerados.
Os colaboradores dos diversos projetos também não recebem pagamento.



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