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Será preciso novo
presídio para tanta
gente, diz relator
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo foi pego de surpresa com a indicação pelo
PMDB do deputado Wladimir
Costa (PA) para ser o relator da
CPI do setor elétrico. Opositor
do governo, Wladimir disse
que seu nome não foi visto com
bons olhos pelo PT porque o
partido estaria querendo tirar
proveito eleitoral da CPI.
Além disso, disse que, devido
aos "indícios grandiosos" de
"falcatruas", será necessário
novo presídio no fim dos trabalhos para "abrigar tanta gente".
Wladimir, 39, destacou-se
em 2004 ao apresentar um requerimento que, segundo ele,
buscava saber se o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva gostava de ""Chivas", de "Ballantines",
de "Johnnie Walker" [marcas de
uísque] ou de caipirinha mesmo". O deputado é aliado de
Jader Barbalho (PMDB-PA) e
se apresenta como "cantor,
empresário e radialista".
Folha - Como o sr. pretende se
portar na relatoria da CPI?
Wladimir Costa - Não tenho
como apontar se alguém cometeu falcatrua ou não, mas posso
garantir que os indícios são
grandiosos. O apontamento do
Borba e do Severino não agradou à cúpula do PT e muitos
estão insatisfeitos, dizem que
não sou inteirado na matéria.
Agora, garanto que, se ficar
provada a participação de
quem quer que seja, vão ter de
prestar conta nas barras da Justiça. E se todas as pessoas forem indiciadas e [ficar provado] que realmente estão envolvidas nesse escândalo, não tenho dúvida de que o ministro
Márcio Thomaz Bastos [Justiça] terá de mandar construir
uma nova penitenciária federal
para abrigar tanta gente
Folha - O sr. acha então que o
governo passado tem culpa?
Wladimir - Não vou relatar para bandeiras políticas. Não
quero agradar a PT, PP, PMDB,
quero resgatar o respeito. É um
verdadeiro absurdo o que comentam que aconteceu.
Folha - Por que o sr. acha que o
PT tem resistência ao seu nome?
Wladimir - Porque o PT sabe
que eu não sou marionete. O
PT tinha interesse na relatoria
obviamente para tirar grande
proveito político, já que no ano
que vem teremos disputa eleitoral de extrema importância.
(RANIER BRAGON)
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