São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Será preciso novo presídio para tanta gente, diz relator

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo foi pego de surpresa com a indicação pelo PMDB do deputado Wladimir Costa (PA) para ser o relator da CPI do setor elétrico. Opositor do governo, Wladimir disse que seu nome não foi visto com bons olhos pelo PT porque o partido estaria querendo tirar proveito eleitoral da CPI.
Além disso, disse que, devido aos "indícios grandiosos" de "falcatruas", será necessário novo presídio no fim dos trabalhos para "abrigar tanta gente".
Wladimir, 39, destacou-se em 2004 ao apresentar um requerimento que, segundo ele, buscava saber se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostava de ""Chivas", de "Ballantines", de "Johnnie Walker" [marcas de uísque] ou de caipirinha mesmo". O deputado é aliado de Jader Barbalho (PMDB-PA) e se apresenta como "cantor, empresário e radialista".
 

Folha - Como o sr. pretende se portar na relatoria da CPI?
Wladimir Costa -
Não tenho como apontar se alguém cometeu falcatrua ou não, mas posso garantir que os indícios são grandiosos. O apontamento do Borba e do Severino não agradou à cúpula do PT e muitos estão insatisfeitos, dizem que não sou inteirado na matéria.
Agora, garanto que, se ficar provada a participação de quem quer que seja, vão ter de prestar conta nas barras da Justiça. E se todas as pessoas forem indiciadas e [ficar provado] que realmente estão envolvidas nesse escândalo, não tenho dúvida de que o ministro Márcio Thomaz Bastos [Justiça] terá de mandar construir uma nova penitenciária federal para abrigar tanta gente

Folha - O sr. acha então que o governo passado tem culpa?
Wladimir -
Não vou relatar para bandeiras políticas. Não quero agradar a PT, PP, PMDB, quero resgatar o respeito. É um verdadeiro absurdo o que comentam que aconteceu.

Folha - Por que o sr. acha que o PT tem resistência ao seu nome?
Wladimir -
Porque o PT sabe que eu não sou marionete. O PT tinha interesse na relatoria obviamente para tirar grande proveito político, já que no ano que vem teremos disputa eleitoral de extrema importância.
(RANIER BRAGON)


Texto Anterior: Herança e omissão: Discurso de Lula faz surgir CPIs no Congresso
Próximo Texto: Governo cede na PEC da Previdência para evitar fracasso
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.