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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Nem vem
"Não vamos aceitar pedaço de ministério." Com essa frase, o deputado Luciano Castro (RR) manifesta,
mais explicitamente do que seus correligionários haviam feito até agora, a insatisfação do PR diante da
possibilidade de criação de uma Secretaria de Portos e
Aeroportos para amansar o PSB, ameaçado de perder
espaço na reforma de Lula. Tal pasta amputaria o Ministério dos Transportes, controlado pela sigla originária do PL. "Sempre fomos o partido mais fiel ao presidente desde sua primeira eleição", diz o líder da bancada na Câmara. Se o projeto da secretaria for concretizado, completa Castro, "declinaremos da oferta do
ministério e vamos seguir nosso caminho".
Semeadura 1. A Fundação MT, criada por Odílio Balbinotti e pelo governador
Blairo Maggi (PR), foi processada pela Embrapa, empresa
pública subordinada ao Ministério da Agricultura, para o
qual o deputado foi indicado.
Semeadura 2. Em 2000, a
Embrapa rompeu contrato de
sete anos com a fundação, sediada em Rondonópolis.
Também recolheu seis variedades de sementes de soja que
haviam sido desenvolvidas
em parceria. A Embrapa processou a Fundação MT para
garantir a propriedade das sementes e ganhou na Justiça.
Fica frio. Com base em experiências passadas, um perito em Lula aposta que o presidente tranqüilizou Odílio Balbinotti, o problemático deputado do PMDB indicado para
ser ministro da Agricultura.
Se manca. Ao mesmo tempo, diz o perito, Lula despachou emissários para convencer o deputado a tomar a iniciativa de sair de cena.
Novilíngua. De José Dirceu, comentando em seu blog
a troca de guarda na Justiça:
"Boa sorte para o ministro
Tarso Genro". A frase deve ser
tomada pelo seu contrário.
Bandeira. No dia em quem
Lula deu a largada na reforma
ministerial, o site do PT resolveu se interessar pelo assunto
turismo, que em breve estará
sob a responsabilidade de
Marta Suplicy: "Setor prevê
crescimento de 29% em
2007", dizia uma manchete.
Blindagem. Com a memória fresca da atuação da dupla
Garibaldi Alves-Efraim Morais na CPI dos Bingos, tão logo foi criada a comissão das
ONGs, líderes governistas começaram a articular um candidato da base para administrar o circo. Por ora, o favorito
é Flávio Arns (PT-PR).
Troco. Líder do governo no
Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR) já preparou estratégia caso a CPI das ONGs
feche o cerco aos petistas ligados ao "dossiegate". Vai pedir
a convocação do ex-governador Geraldo Alckmin para falar sobre denúncias nos convênios de ONGs que cuidavam de presídios em SP.
De tudo. Não é só a Infraero que ameaça dar dor de cabeça ao governo caso vingue a
CPI do Apagão Aéreo. Se investigarem a Anac, vão encontrar até motorista lotado como assessor parlamentar, a
pedido de ex-deputado.
Emparedado. Em pesada
obstrução na Câmara, líderes
dos partidos de oposição pretendem pressionar o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), com o calendário: a partir de segunda-feira,
o pacote de medidas provisórias do PAC tranca a pauta de
votações do plenário.
Gostinho. O nanico Partido
dos Aposentados da Nação
participou anteontem pela
primeira vez da reunião do
conselho político do governo.
Foi também a última. Poucas
horas depois, o TSE determinou sua fusão com o PTB.
Água na sopa. Aprovada
a fusão, os cinco deputados do
PAN terão de cancelar a festa
que pretendiam fazer para finalmente inaugurar uma sede
da sigla em Brasília.
Tiroteio
"O Partido da Frente Liberal é tão liberal que
quer liberar a exploração sexual infantil".
Da deputada CIDA DIOGO (PT-RJ), sobre o fato de os oposicionistas terem obstruído a votação, entre outros, de projetos que punem com mais rigor a exploração sexual de crianças e adolescentes, em resposta ao movimento do governo para impedir a CPI do Apagão Aéreo.
Contraponto
Só para constar
Durante sua vitoriosa campanha para presidir a Assembléia paulista, o tucano Vaz de Lima gostava de repetir
uma história para ilustrar sua preocupação em ser "cauteloso e realista" nas negociações com possíveis aliados.
Segundo o deputado, um conhecido seu, candidato a
prefeito, recebeu certa vez os representantes de um partido disposto a apoiá-lo. Tão logo trocaram cumprimentos,
o grupo lhe entregou uma extensa lista de reivindicações.
O homem assinou na hora. Encerrado o encontro, Vaz
de Lima, espantado, observou:
-Mas o senhor nem leu!
-E daí? Não vou cumprir mesmo...
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