São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2008

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Com quem será?

Noiva mais cobiçada da eleição paulistana, Orestes Quércia analisa propostas de aliança com Marta Suplicy (PT), Gilberto Kassab (DEM) e Geraldo Alckmin (PSDB) -nesta ordem de probabilidade. Quem conseguir seduzi-lo ficará com um dote invejável: o tempo de televisão do PMDB. Marta leva alguma vantagem porque: a) diz "sim" sem pestanejar às duas principais condições de Quércia (prerrogativa de indicar o vice e apoio à sua candidatura ao Senado em 2010); b) as conversas estão adiantadas; c) PT e PMDB já vivem sob o mesmo teto no governo federal. Contra ela pesa a desconfiança do ex-governador, que se deu mal ao fazer negócio com o PT em 2002 e 2004.

Namoro... Também com Kassab -dos três o mais necessitado da injeção de tempo televisivo- Quércia está em tratativas. Mas o prefeito é mais reticente quanto à indicação do seu vice. E ainda não surgiu em cena o único personagem em condições de avalizar a eventual aliança para o Senado: o tucano José Serra.

...ou amizade? Já Alckmin, líder nas pesquisas, tem a seu favor a perspectiva mais robusta de vitória. As conversas, porém, estão mais incipientes. Quércia não acredita que o ex-governador tenha força suficiente, dentro do PSDB paulista, para lhe garantir o apoio em 2010.

Miudezas. Um gesto do PSDB serrista que poderia ajudar Gilberto Kassab a concretizar a aliança seria a retirada do tucano Roberto Massafera da disputa em Araraquara, onde o quercista de todas as horas Marcelo Barbieri pretende concorrer à prefeitura. Mas a operação não é tão simples. As forças interessadas na candidatura de Massafera vão muito além do PSDB.

Vísceras. No DEM, há quem defenda encaminhamento radical para o impasse paulistano: forçar uma prévia no PSDB, na qual, acreditam os "demos", a tese do apoio a Kassab derrotaria a da candidatura Alckmin. Mas até os serristas mais ferrenhos acham que essa saída poderia arrebentar o partido.

Talismã. Chico Alencar (PSOL) lança hoje sua candidatura à Prefeitura do Rio. Para driblar o escasso tempo de TV e a concorrência com Fernando Gabeira (PV) pela mesma faixa do eleitorado, o deputado espera contar com Heloísa Helena como cabo eleitoral. Ela teve 20% dos votos da cidade no primeiro turno da eleição presidencial.

Na mira. A oposição na CPI das ONGs estabeleceu como meta a convocação dos empresários Luís Lima e Flávia Camarero, donos das consultorias Intercorp e Camarero, acusados de faturar R$ 22 milhões por meio de contratos com a Finatec. As empresas funcionam em pequenas salas comerciais em Brasília e na cidade de Indaiatuba (SP).

Para sempre. Cristovam Buarque (PDT-DF) já recolheu 30 assinaturas para emenda de sua autoria que prevê a criação de CPI permanente no Senado, com funcionamento semelhante ao das comissões temáticas. Ele alega que isso acabaria com a indicação de integrantes ao sabor do tema investigado.

Calendário. Termina amanhã o prazo para que Marcos Santi, servidor do Senado que acusou Renan Calheiros de usar a presidência da Casa para intervir em seus processos de cassação, apresentar recurso contra a advertência que recebeu da Mesa. Ele vai pedir a reconsideração.

Nem vem. O primeiro-secretário da Casa, Efraim Morais (DEM-PB), reagiu com irritação diante da possibilidade de recurso. Disse a colegas que, se isso ocorrer, a pena poderá ser agravada para suspensão. Mas um grupo de senadores capitaneado por Cristovam Buarque, Pedro Simon (PMDB-RS) e Aloizio Mercadante (PT-SP) entrou no circuito para interceder em favor do funcionário.

Livro. O ex-deputado Vilmar Rocha (DEM-GO) faz palestra hoje às 17h na Associação Comercial de São Paulo, onde lança em seguida a obra "O Fascínio do Neopopulismo".

Tiroteio

"Não adianta o Congresso mudar o rito de tramitação de medidas provisórias porque esse governo não precisa do Legislativo. E sabe que, se precisar, é só jogar alpiste que a base vota."


Do senador DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO), sobre as negociações com o Planalto para controlar o ritmo de edição de MPs.

Contraponto

Picanha ao ponto

O colégio de líderes da Assembléia Legislativa de São Paulo se reuniu na semana passada em clima de mudança.
Vários de seus integrantes, como Maria Lucia Amary (PSDB) e Simão Pedro (PT), despediam-se depois de um ano na função para dar lugar a colegas de bancada. Ao ver a tucana e o petista ressaltando a importância desse "rodízio", o deputado Campos Machado, que há 17 anos ocupa a liderança do PTB na Casa, discordou prontamente:
-Rodízio, pra mim, só na churrascaria!


Próximo Texto: Em ano eleitoral, CPIs se arrastam sem resultados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.