São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2008

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Patrus perde, e PT está mais próximo de Aécio em Minas

Ministro saiu derrotado de encontro, e partido caminha para aliança com PSDB

Já em São Paulo, encontro do PT com participação dos dirigentes nacionais atacou a possibilidade de o partido se aproximar dos tucanos

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo do prefeito Fernando Pimentel (PT) venceu anteontem, em Belo Horizonte, o primeiro round da disputa interna do partido para as eleições municipais deste ano.
Em reunião na capital mineira, os aliados do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, saíram derrotados após nem sequer ser votada a proposta de retardar, em pelo menos 15 dias, a escolha dos delegados e da posterior votação sobre a aliança com o PSDB do governador Aécio Neves.
Percebendo a iminente derrota, o grupo de Patrus retirou a proposta criticando a falta de diálogo. O grupo admite aliança com os tucanos para a eleição de outubro, desde que o candidato a prefeito seja um petista.
A proposta de Pimentel e do governador tucano é de um nome neutro, do PSB, liderando a chapa. Ambos trabalham nos bastidores para que o candidato seja o secretário de Desenvolvimento Econômico de Aécio, Márcio Lacerda.
Com a manutenção da agenda do diretório municipal, no próximo dia 30 os filiados escolherão, em votação, os cerca de 400 delegados que, uma semana depois, decidirão sobre as propostas -uma terceira exclui a aliança com o PSDB .
A intenção de Patrus era atrasar todo o processo para ampliar o diálogo e evitar um racha no partido.
Mesmo que o grupo de Patrus perca no voto, no entanto, ainda pode contar com eventuais impedimentos dos diretórios estadual e nacional.
O deputado federal Reginaldo Lopes, presidente do PT-MG, diz ter sido um "erro" do diretório municipal não ter aceitado o adiamento. Ainda assim, segundo ele, a decisão, seja qual for, terá de ser avalizada pelo diretório estadual.
Em nota, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, dá a entender o mesmo, ao dizer que é preciso levar "em conta a articulação entre os aspectos locais com a dinâmica política estadual e nacional".
Mas Berzoini pondera. "Nenhuma decisão sobre tática eleitoral ou política de alianças para 2008 foi tomada pelo diretório nacional, inclusive com relação ao caso específico de Belo Horizonte."
Anteontem, Berzoini participou de um seminário realizado pelo diretório paulista do partido no qual o assunto -aproximação com os tucanos- foi debatido. Ele afirmou que a decisão sobre alianças sairá dia 24.
Para o senador Aloizio Mercadante (SP), a prioridade nas alianças deve ser repetir a coalização em torno de Lula.
Em uma das mesas de debates, o deputado estadual Rui Falcão (SP) atacou a possibilidade de o PT se aproximar dos tucanos e disse que o modelo de Minas Gerais é "aliança pontual", que não deve servir como base para os petistas.
"Há uma distinção clara de projetos entre os dois partidos. São como água e óleo, não se misturam e não podem se misturar", disse Falcão, para uma platéia de dirigentes. Segundo ele, o êxito do PT "depende da derrota dos tucanos, no campo moral, político e ideológico.


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