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Patrus perde, e PT está mais próximo de Aécio em Minas
Ministro saiu derrotado de encontro, e partido caminha para aliança com PSDB
Já em São Paulo, encontro do PT com participação dos dirigentes nacionais atacou a possibilidade de o partido se aproximar dos tucanos
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo do prefeito Fernando Pimentel (PT) venceu anteontem, em Belo Horizonte, o
primeiro round da disputa interna do partido para as eleições municipais deste ano.
Em reunião na capital mineira, os aliados do ministro do
Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, saíram derrotados após nem sequer ser votada
a proposta de retardar, em pelo
menos 15 dias, a escolha dos delegados e da posterior votação
sobre a aliança com o PSDB do
governador Aécio Neves.
Percebendo a iminente derrota, o grupo de Patrus retirou a
proposta criticando a falta de
diálogo. O grupo admite aliança
com os tucanos para a eleição
de outubro, desde que o candidato a prefeito seja um petista.
A proposta de Pimentel e do
governador tucano é de um nome neutro, do PSB, liderando a
chapa. Ambos trabalham nos
bastidores para que o candidato seja o secretário de Desenvolvimento Econômico de Aécio, Márcio Lacerda.
Com a manutenção da agenda do diretório municipal, no
próximo dia 30 os filiados escolherão, em votação, os cerca de
400 delegados que, uma semana depois, decidirão sobre as
propostas -uma terceira exclui a aliança com o PSDB .
A intenção de Patrus era
atrasar todo o processo para
ampliar o diálogo e evitar um
racha no partido.
Mesmo que o grupo de Patrus perca no voto, no entanto,
ainda pode contar com eventuais impedimentos dos diretórios estadual e nacional.
O deputado federal Reginaldo Lopes, presidente do PT-MG, diz ter sido um "erro" do
diretório municipal não ter
aceitado o adiamento. Ainda
assim, segundo ele, a decisão,
seja qual for, terá de ser avalizada pelo diretório estadual.
Em nota, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, dá
a entender o mesmo, ao dizer
que é preciso levar "em conta a
articulação entre os aspectos
locais com a dinâmica política
estadual e nacional".
Mas Berzoini pondera. "Nenhuma decisão sobre tática
eleitoral ou política de alianças
para 2008 foi tomada pelo diretório nacional, inclusive com
relação ao caso específico de
Belo Horizonte."
Anteontem, Berzoini participou de um seminário realizado
pelo diretório paulista do partido no qual o assunto -aproximação com os tucanos- foi debatido. Ele afirmou que a decisão sobre alianças sairá dia 24.
Para o senador Aloizio Mercadante (SP), a prioridade nas
alianças deve ser repetir a coalização em torno de Lula.
Em uma das mesas de debates, o deputado estadual Rui
Falcão (SP) atacou a possibilidade de o PT se aproximar dos
tucanos e disse que o modelo de
Minas Gerais é "aliança pontual", que não deve servir como
base para os petistas.
"Há uma distinção clara de
projetos entre os dois partidos.
São como água e óleo, não se
misturam e não podem se misturar", disse Falcão, para uma
platéia de dirigentes. Segundo
ele, o êxito do PT "depende da
derrota dos tucanos, no campo
moral, político e ideológico.
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