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Cota de passagens gera discussão no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pagamento de passagens
aéreas para amigos e assessores
da senadora Roseana Sarney
(PMDB-MA), líder do governo
no Congresso, causou ontem
discussão no Senado. A senadora comprou os bilhetes, segundo o site Congresso em Foco,
com a cota que recebe para se
deslocar de Brasília ao Maranhão. E hospedou parte do grupo na residência oficial da presidência do Senado.
A casa está vazia porque o senador José Sarney (PMDB-AP), pai de Roseana, permaneceu morando em sua residência
particular mesmo depois de
eleito presidente do Senado.
Ao comentar o caso, revelado
pelo site, o primeiro-secretário
do Senado, Heráclito Fortes
(DEM-PI), disse que, se for divulgada a forma como essas
passagens são usadas, "vai ser
um constrangimento, não escapa nem jornalista". Ele criticou
as acusações contra o Senado e
disse que em breve "está na hora de fechar o Congresso" porque haveria uma "campanha
orquestrada contra a Casa".
Heráclito não identificou os
jornalistas que mencionou como supostos beneficiários.
Recentemente, a Folha publicou que o então diretor-geral do Senado Agaciel Maia, no
cargo havia 15 anos, não registrou uma casa de R$ 5 milhões.
Agaciel deixou o cargo. Depois,
revelou que a Casa pagou
R$ 6,2 milhões em horas extras
para servidores durante as férias dos senadores. Sarney
mandou carta aos servidores
ontem, comunicando uma reforma administrativa na Casa.
Por ocupar o cargo de líder
do governo, Roseana recebe sete passagens aéreas por mês. O
ato que disciplina o uso das
passagens não define se elas
podem ser cedidas para terceiros ou usadas só pelos senadores. A assessoria de Roseana
disse que seis pessoas estiveram em Brasília a convite da
senadora para discutir a política maranhense, mas não informou quantas viajaram com
passagem paga pelo Senado.
"Não quero falar sobre esse assunto. Trouxe uma ou duas
pessoas. As outras vieram por
conta própria", disse Roseana.
Segundo ela, não há irregularidade no uso das passagens do
Senado ou da residência oficial.
"Pode usar como quiser [cota
de passagem aérea]. Ficaram
[na residência oficial]. O presidente Sarney pode receber
quem ele quiser, mas não quero falar sobre isso."
A assessoria de Sarney disse
que ele pode receber quem quiser na residência oficial, mesmo que os convidados sejam de
sua filha e não dele.
Hora extra
Heráclito anunciou regras
para horas extras na Casa. As
medidas, no entanto, só serão
postas em prática em 60 dias.
De acordo com o ato, será instituído um controle de horário
extraordinário dos servidores
com registro diário no sistema
de gestão da Casa. Até então, isso era feito mensalmente. Como já ocorre, só serão consideradas horas extras as que foram
prestadas após as 18h30.
(ANDREZA MATAIS E ADRIANO CEOLIN)
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