São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2010

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Grella afirma que "pacificou" Ministério Público

DA REPORTAGEM LOCAL

O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, 53, aponta a pacificação política do Ministério Público como uma de suas maiores conquistas e diz que, se reeleito, vai reapresentar ao Órgão Especial o projeto de elegibilidade dos promotores.
Na avaliação de promotores ouvidos pela Folha, Grella acertou ao adotar critérios mais objetivos de promoção e remoção interna, ao investir em imóveis próprios (de 39 mil m2, o órgão tem hoje 65 mil m2 em prédios próprios) e ao reduzir o número de assessores do procurador-geral de 66 para 51.
Entre as críticas, apontam o desmonte dos centros de apoio, que sofreram uma redução do número de profissionais que auxiliam especialmente os colegas do interior. "Por ser um modelo novo não poderíamos ter a pretensão de estar pronto e acabado", diz Grella. Os promotores criticam ainda o posicionamento mais distanciado da sociedade e da imprensa.

 

FOLHA - O que o sr. aponta como as maiores conquistas da sua gestão?
FERNANDO GRELLA VIEIRA
- A pacificação da classe e a construção de um ambiente político que respeita divergências e oposições, sem patrulhamento, e verdadeiramente democrático, marcado pela adoção de critérios objetivos e tratamento igualitário, sem favoritismos nem perseguições. Cumprimos o que havíamos defendido há dois anos e concretizamos quase que a totalidade do nosso programa. Investimos em organização, gestão e atividade-fim. Nunca nos afastamos da defesa de temas relevantes, como poder investigatório e combate a crime organizado, corrupção e improbidade administrativa.

FOLHA - Tornar os promotores candidatáveis na disputa pela chefia do órgão foi uma promessa de campanha. Por que não deu certo?
GRELLA
- A Lei Orgânica do Ministério Público ainda prevê que só os procuradores podem concorrer. Apresentamos no colegiado próprio uma proposta de modificação, mas ela foi recusada. Mas foi a primeira vez que proposta dessa natureza foi debatida livremente e nada impede que seja reapresentada. A lei não permite que um projeto assim seja remetido diretamente à Assembleia. Não há procurador-geral que tenha feito isso. O debate precisa ser mantido, mas sem preconceito ou prejulgamento.

FOLHA - Por que não há um sistema de pesquisa de dados, para dar mais transparência às ações do Ministério Público?
GRELLA
- [A informatização] está melhor e mais avançada. Há dois anos faltavam 241 das quase 400 Promotorias para serem interligadas. Só ao longo do biênio conseguimos a conectividade plena. Agora temos condições de trabalhar na construção do módulo criminal.

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