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Grella afirma que "pacificou" Ministério Público
DA REPORTAGEM LOCAL
O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, 53, aponta
a pacificação política do Ministério Público como uma de suas
maiores conquistas e diz que, se
reeleito, vai reapresentar ao
Órgão Especial o projeto de elegibilidade dos promotores.
Na avaliação de promotores
ouvidos pela Folha, Grella
acertou ao adotar critérios
mais objetivos de promoção e
remoção interna, ao investir
em imóveis próprios (de 39 mil
m2, o órgão tem hoje 65 mil m2
em prédios próprios) e ao reduzir o número de assessores do
procurador-geral de 66 para 51.
Entre as críticas, apontam o
desmonte dos centros de apoio,
que sofreram uma redução do
número de profissionais que
auxiliam especialmente os colegas do interior. "Por ser um
modelo novo não poderíamos
ter a pretensão de estar pronto
e acabado", diz Grella. Os promotores criticam ainda o posicionamento mais distanciado
da sociedade e da imprensa.
FOLHA - O que o sr. aponta como as
maiores conquistas da sua gestão?
FERNANDO GRELLA VIEIRA - A pacificação da classe e a construção
de um ambiente político que
respeita divergências e oposições, sem patrulhamento, e
verdadeiramente democrático,
marcado pela adoção de critérios objetivos e tratamento
igualitário, sem favoritismos
nem perseguições. Cumprimos
o que havíamos defendido há
dois anos e concretizamos quase que a totalidade do nosso
programa. Investimos em organização, gestão e atividade-fim.
Nunca nos afastamos da defesa
de temas relevantes, como poder investigatório e combate a
crime organizado, corrupção e
improbidade administrativa.
FOLHA - Tornar os promotores candidatáveis na disputa pela chefia do
órgão foi uma promessa de campanha. Por que não deu certo?
GRELLA - A Lei Orgânica do Ministério Público ainda prevê
que só os procuradores podem
concorrer. Apresentamos no
colegiado próprio uma proposta de modificação, mas ela foi
recusada. Mas foi a primeira
vez que proposta dessa natureza foi debatida livremente e nada impede que seja reapresentada. A lei não permite que um
projeto assim seja remetido diretamente à Assembleia. Não
há procurador-geral que tenha
feito isso. O debate precisa ser
mantido, mas sem preconceito
ou prejulgamento.
FOLHA - Por que não há um sistema de pesquisa de dados, para dar
mais transparência às ações do Ministério Público?
GRELLA - [A informatização] está melhor e mais avançada. Há
dois anos faltavam 241 das quase 400 Promotorias para serem
interligadas. Só ao longo do biênio conseguimos a conectividade plena. Agora temos condições de trabalhar na construção do módulo criminal.
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