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Eleição de procurador-geral de SP debate democracia interna
Além de SP, só MG e RS limitam participação a procuradores que atuam nos tribunais
Os 3 candidatos ao comando do Ministério Público do Estado de São Paulo apoiam a mudança para permitir que promotores possam disputar
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A promessa de democratização do Ministério Público do
Estado de São Paulo, com a
possibilidade de os promotores
disputarem cargos de chefia na
instituição, tem pautado a eleição para procurador-geral de
Justiça, que acontece sábado.
Hoje, em São Paulo, só os
procuradores (que têm atribuição para atuar perante os tribunais) podem concorrer.
Em 2008, a elegibilidade dos
promotores foi uma das promessas de campanha do atual
procurador-geral, Fernando
Grella Vieira, que tenta a reeleição. Ele propôs a mudança, mas
o Órgão Especial, formado pelos 20 membros mais antigos e
por 20 eleitos, vetou o envio do
projeto ao Legislativo.
Agora seus adversários, os
procuradores João Francisco
Viegas, da oposição, e Marcio
Sergio Christino, que se apresenta como candidato independente, dizem que, se eleitos, a
despeito do Órgão Especial, vão
direto à Assembleia Legislativa.
Christino lembra que apenas
Rio Grande do Sul e Minas Gerais também vetam a participação do promotor. "Em quase
todos os Estados que abriram a
disputa ao promotor, o processo ocorreu em desacordo com
os Órgãos Especiais."
Para Viegas, a "abertura política é imperiosa e o Órgão Especial não é um empecilho".
Se reeleito, Grella diz que irá
continuar lutando para que
promotores sejam elegíveis.
"Mas o farei sem violar a competência do Órgão Especial."
A vaga disputada tem grande
importância política. O procurador-geral tem poder para
processar o governador.
O eleito irá comandar um
Ministério Público com R$ 1,29
bilhão de orçamento, 1.544
promotores e 296 procuradores. Após a eleição, a lista com o
total de votos será enviada a
Serra, que deverá escolher o
mais votado. Desde a criação do
órgão, em 1988, nunca um procurador-geral perdeu a disputa.
Diferentemente de eleições
anteriores, a atual está menos
polarizada. Havia um abismo
entre o grupo próximo ao
PMDB, do governador Orestes
Quércia, e o ligado aos tucanos,
liderado pelo ex-procurador-geral e hoje secretário estadual,
Luiz Antonio Marrey.
Grella diz que essa pacificação é mérito de sua gestão. Outros promotores, porém, afirmam que essa mudança vem
acontecendo de forma gradual.
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