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Dilma irá a atos de Lula após deixar governo
Parecer da AGU libera a participação da petista em cerimônias do governo até julho, quando sua candidatura será oficializada
Comando da campanha do PT altera estratégia e avalia como aproveitará eventos oficiais sem virar alvo de ações da oposição na Justiça
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE EM BRASÍLIA
A Advocacia-Geral da União
deu ontem parecer favorável à
participação da pré-candidata
do PT à Presidência, Dilma
Rousseff, em inaugurações e
cerimônias oficiais ao lado do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, mesmo depois que ela
sair do governo, no fim do mês.
Segundo a AGU, Dilma poderá comparecer a esses eventos
até julho, quando deverá ser
oficializada candidata.
O comando da campanha da
petista, que planejava uma
agenda de viagens e eventos
partidários para Dilma nos próximos dois meses, agora mesclará esses compromissos e as
aparições dela em atos oficiais
como convidada de Lula.
Os assessores avaliam que
um abuso de participação de
eventos oficiais poderia resultar numa derrota na Justiça.
Até agora, a oposição não teve
vitórias nas representações que
moveu contra Dilma no Tribunal Superior Eleitoral.
Dilma deverá deixar a Casa
Civil nos próximos dias 29 ou
30. Como o prazo para registro
de candidaturas é no início de
julho, haverá uma espécie de
vácuo no qual ela não será mais
servidora nem candidata.
A pré-candidatura é algo informal perante a legislação
eleitoral. Daí, segundo entendimentos do TSE e da AGU, Dilma poder participar de atos oficiais -o que fica proibido depois de feito o registro.
O advogado do PSDB, Ricardo Penteado, afirma que o partido entrará com representação caso Dilma suba num palanque oficial depois de afastada. "Vamos representar não só
na Justiça Eleitoral, mas no
Ministério Público por improbidade administrativa praticada por aqueles que a convidarem para o palanque oficial."
Apesar da reação da oposição, os petistas imaginam que
José Serra também estará em
inaugurações importantes em
São Paulo quando deixar o governo para assumir a candidatura à Presidência, o que deve
ocorrer no início de abril.
Ontem à noite, Dilma minimizou a importância de sua
participação em atos do governo. Para ela, o que está sendo
tratado por sua equipe é o inverso -ou seja, a presença de
Lula em eventos de campanha.
"Não valorizamos isso [a ida
a atos oficiais] como estratégia
de campanha", disse ela, em
reunião com dirigentes do PTB.
A AGU apresentou ontem
uma cartilha com orientações
do que pode ou não ser feito pelo presidente, ministros e outros servidores públicos federais na campanha.
(GABRIELA GUERREIRO, SIMONE IGLESIAS, NANCY
DUTRA e KENNEDY ALENCAR)
Colaborou a Reportagem Local
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