São Paulo, terça, 17 de março de 1998

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Demissão acirra a crise peemedebista

LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília

A demissão de um assessor da presidência do PMDB e a decisão do presidente nacional do partido, deputado Paes de Andrade (CE), de realizar a Convenção Nacional de junho em São Paulo ou em Minas Gerais, reacendeu a crise interna do partido.
O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), encaminhou ao presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), o pedido de exoneração do assessor de imprensa de Paes, o jornalista Rubem de Azevedo Lima.
Geddel pode tomar essa decisão porque os assessores da presidência do PMDB são, na verdade, funcionários da liderança do partido. Mas o presidente do partido sempre teve autonomia para escolher seus assessores.
Paes encarou a decisão de Geddel como uma retaliação por sua atuação na presidência do partido. Paes defende a tese da candidatura própria a presidente da República, enquanto o líder trabalha pelo apoio à reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
Segundo Paes, Azevedo Lima foi demitido porque defendia a tese da candidatura própria na sua coluna no jornal "Correio Braziliense". '"Era a posição pessoal do jornalista. O líder não poderia ter interferido nisso", disse Paes.
Geddel contestou Paes. "Não tem nada a ver com a convenção. O que aconteceu é que ele vinha escrevendo algumas coisas contra mim. Ele não merecia mais a minha confiança. Como o cargo é meu, achei melhor demitir."
Paes afirmou ontem que vai realizar a Convenção Nacional de junho em São Paulo ou Minas para garantir a segurança dos convencionais. Na última convenção, há nove dias, houve enfrentamento entre grupos na Câmara.
Geddel afirmou que Paes não tem maioria na Executiva Nacional para marcar o local da convenção. '"Ele não tem condições de dirigir o partido, quanto mais marcar o local da convenção. Já faz tempo que não o levo a sério".
São Paulo e Minas são redutos em favor da candidatura própria do PMDB. Brasília, até por estar junto a Goiás, é reduto pró-FHC no partido.



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