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População do assentamento em
Carajás dobrou nos últimos anos
DO ENVIADO A ELDORADO DO CARAJÁS
Sem rede de esgoto, com um
precário sistema de distribuição
de água e apenas uma escola, o assentamento 17 de Abril, criado em
Eldorado do Carajás para receber
famílias envolvidas no conflito
com a Polícia Militar, dobrou sua
população nos últimos dez anos.
No final de 1996, 690 famílias
(cerca de 3.000 pessoas) cadastradas pelo governo federal ganharam lotes de terra numa área de 19
mil hectares. Hoje, a população
local é de 6.000 pessoas, segundo
coordenadores do assentamento.
De acordo com eles, dois fatores
causam o inchaço da população
local. "Quem veio para cá no início, com o passar dos anos, acabou trazendo toda a família. Além
disso, tem nascido muita criança
por aqui", afirma Josimar Pereira
de Freitas, 41, um dos coordenadores do assentamento, que, desde que chegou ao lote, tornou-se
pai de três meninas.
No 17 de Abril, a rede de energia
elétrica chegou em 2002. A distribuição de água ainda é precária.
Há uma pequena cisterna nos
quintais das residências. Sem rede
de esgoto, os banheiros são organizados em valas cercadas por
madeira. Coleta de lixo não existe.
Joga-se o entulho em áreas afastadas e queima-se o que é possível
no terreno da casa.
A vila das moradias do assentamento fica a 17 km do centro de
Eldorado do Carajás. O transporte do que é produzido, como arroz, milho e banana, também fica
prejudicado na própria área do 17
de Abril. Da casa ao lote de plantação são cerca de 12 km.
Já as crianças, enquanto aguardam a construção de uma unidade de alvenaria, estudam num colégio de madeira, instalado no
centro do assentamento. São cerca de 900 alunos, da educação infantil ao ensino fundamental. O
ensino médio ocorre pelo método
modular, com visitas mensais de
professores de Belém.
(ES)
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