São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

População do assentamento em Carajás dobrou nos últimos anos

DO ENVIADO A ELDORADO DO CARAJÁS

Sem rede de esgoto, com um precário sistema de distribuição de água e apenas uma escola, o assentamento 17 de Abril, criado em Eldorado do Carajás para receber famílias envolvidas no conflito com a Polícia Militar, dobrou sua população nos últimos dez anos.
No final de 1996, 690 famílias (cerca de 3.000 pessoas) cadastradas pelo governo federal ganharam lotes de terra numa área de 19 mil hectares. Hoje, a população local é de 6.000 pessoas, segundo coordenadores do assentamento.
De acordo com eles, dois fatores causam o inchaço da população local. "Quem veio para cá no início, com o passar dos anos, acabou trazendo toda a família. Além disso, tem nascido muita criança por aqui", afirma Josimar Pereira de Freitas, 41, um dos coordenadores do assentamento, que, desde que chegou ao lote, tornou-se pai de três meninas.
No 17 de Abril, a rede de energia elétrica chegou em 2002. A distribuição de água ainda é precária. Há uma pequena cisterna nos quintais das residências. Sem rede de esgoto, os banheiros são organizados em valas cercadas por madeira. Coleta de lixo não existe. Joga-se o entulho em áreas afastadas e queima-se o que é possível no terreno da casa.
A vila das moradias do assentamento fica a 17 km do centro de Eldorado do Carajás. O transporte do que é produzido, como arroz, milho e banana, também fica prejudicado na própria área do 17 de Abril. Da casa ao lote de plantação são cerca de 12 km.
Já as crianças, enquanto aguardam a construção de uma unidade de alvenaria, estudam num colégio de madeira, instalado no centro do assentamento. São cerca de 900 alunos, da educação infantil ao ensino fundamental. O ensino médio ocorre pelo método modular, com visitas mensais de professores de Belém. (ES)


Texto Anterior: Terra sem lei: MST promove homenagens aos 19 mortos
Próximo Texto: Retrato do Brasil: Título de doutor é concedido pela primeira vez a indígena
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.