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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Quarentena
Lula avisou aos líderes da base aliada que a Infraero
está fora da partilha de cargos do segundo escalão. O
presidente alega que prepara uma reformulação geral
nos quadros da estatal, alvo de denúncias que a oposição pretende expor na CPI do Apagão Aéreo.
Pelo plano anunciado, após o fim da apuração encomendada à CGU o governo dará "perfil técnico" à empresa, colocando "jovens executivos" nos postos comissionados. O ministro Walfrido dos Mares Guia
(Relações Institucionais) disse aos líderes que a idéia
é "zerar o jogo". Estes, por sua vez, enxergam aí uma
justificativa para não deixar a Infraero nem nas mãos
do Turismo, como queria Marta Suplicy, nem na futura pasta dos Portos, que ficará sob comando do PSB.
Pré-apagão 1. O deputado
Carlos Wilson (PT-PE), de
quem agora o Planalto procura manter distância, já desempenhou muitas tarefas para
Lula. O ex-presidente da Infraero, também ex-petebista,
foi o portador do convite para
que Walfrido dos Mares Guia
assumisse o Ministério do Turismo no primeiro mandato.
Pré-apagão 2. Na montagem do segundo governo, antes de a Infraero se tornar
uma encrenca de grandes
proporções, Wilson figurou
na lista de cotados para assumir a coordenação política,
dada a freqüência de suas visitas ao palácio. O posto acabou
ficando com Mares Guia.
Outro lado. Dilma Rousseff nega ter dado risada diante da sugestão de que os peemedebistas do Rio Moreira Franco e Luiz Paulo Conde
ocupassem cargos no setor
elétrico. Segundo a ministra,
tais indicações jamais foram
discutidas na Casa Civil.
Dois em um. Diante da
dificuldade de emplacar sua
lista telefônica de indicados
para cargos no governo, o
PMDB resolveu rever os nomes e unificar os pedidos da
Câmara e do Senado. Daí resultou uma relação de 24 a 30
pleitos, a ser entregue amanhã no Palácio do Planalto.
Mão na massa. Coube a
Roseana Sarney (MA), recém-chegada ao PMDB, a tarefa de
coordenar o enxugamento
junto com os demais líderes.
A aposta é que uma lista única
terá mais força de pressão.
Nem pensar. Enquanto
tucanos negociam com o PT
os termos da CPI do Apagão
Aéreo, o DEM (ex-PFL) bate o
pé. Procurados por José Múcio (PTB-PE), Onyx Lorenzoni (RS) e José Carlos Aleluia
(BA) disseram "não" ao plano
de instalar a comissão na Câmara e barrá-la no Senado.
No divã. Tucanos marcaram seminários preparatórios
para seu congresso, no fim do
do ano. O primeiro será em
maio, no Pará, sobre meio ambiente. Os debates sobre reforma política e economia tiveram locais escolhidos a dedo: Minas, de Aécio Neves, e
São Paulo, de José Serra.
Holofote. O grupo da "refundação" do PT, capitaneado
pelo ministro Tarso Genro
(Justiça), tentará mostrar força na quinta-feira, véspera de
reunião do Diretório Nacional, ao lançar oficialmente
sua tese para o Congresso do
partido, marcado para agosto.
Fraterno. Do senador
Eduardo Suplicy (PT-SP), que
participou de evento sobre
prospecção de petróleo e gás
no Acre, pomo da discórdia
entre seu colega Tião Viana
(pró) e a ministra Marina Silva (contra). "Não estou nessa
disputa. Sou irmão dos dois."
Grilo falante. O empresário Jorge Gerdau Johanpeter
faz a cabeça de Lula contra o
acordo para que a Petrobras
forneça gás à Companhia Siderúrgica do Ceará, ponto de
atrito entre o governo e aliados como Ciro e Cid Gomes.
Tente outra vez. Uma
comissão de sindicalistas entregará hoje ao ministro Carlos Lupi (Trabalho) novo plano para aprovar o reconhecimento formal das centrais antes da reforma no setor.
Tiroteio
"Se querem fazer gentileza, façam com seus
chapéus. O PMDB não abre mão de indicar o
presidente ou o relator da CPI do Apagão Aéreo".
Do líder do PMDB na Câmara, HENRIQUE EDUARDO ALVES (RN), sobre
a possibilidade, defendida por petistas, de o partido abdicar de ter um
dos postos de comando da comissão para facilitar acordo com o PSDB.
Contraponto
Contra o tempo
Em janeiro, dias depois de tomar posse, o governador
do Maranhão, Jackson Lago (PDT), recebeu de parlamentares e prefeitos um pedido de audiência. Sabendo que o
chefe da comitiva seria o deputado Flávio Dino (PC do B),
que durante a campanha se notabilizara por seus atrasos,
assessores de Lago frisaram o horário: 9h30.
Na data marcada, o grupo foi recebido. Um tanto esbaforido, Dino olhou para o relógio na parede e brincou:
-Tá vendo, governador? 9h29!
Lago conferiu o relógio na parede e rebateu:
-Desculpe, mas não foi hoje que você conseguiu chegar
na hora. Esse aí eu deixo sempre dez minutos adiantado.
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