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Pedetista diz que decisão é "farsa" e que irá resistir
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
Jackson Lago (PDT) afirmou
ontem à noite que resistirá à
decisão do TSE que determinou que ele deixe o cargo de governador do Maranhão -à qual
ele chamou de "farsa". "Eles
[família Sarney] precisam ver
que encontrarão resistentes,
pessoas que mostrarão o que é a
injustiça no Maranhão. Devemos estar aqui, vigilantes, resistentes", disse ele.
Segundo Lago, os deputados
estaduais -a maior parte deles
formada por seus apoiadores-
estavam, até o final da noite de
ontem, reunidos para votar
uma brecha legal prevista na
Constituição do Estado que, segundo o pedetista, diz que se o
governador for cassado a partir
do segundo biênio de sua gestão os deputados poderão fazer
uma eleição entre eles e escolher um novo chefe provisório
do Executivo maranhense.
Se os deputados decidirem
pelo pleito, Lago diz que cederá
seu cargo ao indicado pela Casa, de maneira provisória, até o
STF (Supremo Tribunal Federal) julgar recursos de sua defesa. O TSE, porém, determinou
que Lago e o vice dele deixem
imediatamente os postos.
Caso os deputados não escolham um novo governador, Lago afirmou que continuará no
Palácio dos Leões, sede do governo estadual. Ele convocou
seus militantes a ficarem no local e permanecerem em vigília.
"Quem quiser, tem que vir até
aqui e dizer que é um democrata, um legalista. Dizer: "Eu não
aceito golpe". Estaremos aqui
enquanto força tivermos."
Durante a sua fala, a rede de
televisão Mirante, afiliada da
Globo e propriedade da família
Sarney, foi expulsa do palácio
aos gritos de "rede mentira".
Logo após a decisão do TSE,
Lago falou para as cerca de
1.500 pessoas -militantes do
MST e de movimentos indígenas e quilombolas, em sua
maioria- que, como ele, assistiram ao julgamento em um telão montado em uma área aberta do Palácio dos Leões.
Ao seu lado estavam a mulher dele e deputados estaduais
de partidos da base aliada. Ele
não mudou sua expressão durante a votação, mesmo quando o ministro Ayres Britto deu
por encerrado o julgamento e
passou para o próximo processo da pauta. Nesse momento,
ao longe, era possível ouvir fogos -a comemoração de seus
adversários.
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