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Contratar ONGs facilita fiscalização, diz estatal
DA SUCURSAL DO RIO
A contratação pela Petrobras
de duas ONGs na Bahia -uma
delas presidida por uma dirigente petista- para o repasse
de verbas para festas de São
João realizadas por prefeituras
do Estado teve como objetivo
"simplificar o controle e a fiscalização" das ações de marketing
apoiadas pela companhia, segundo a estatal.
"Foram celebrados dois contratos com essas instituições,
em vez de 44, um com cada prefeitura. Além disso, as instituições acompanharam todas as
etapas de realização do evento
em cada cidade. Isso facilitou o
controle e a fiscalização pela
companhia das ações realizadas", diz a Petrobras, em nota.
Indagada sobre a contratação da ONG dirigida por Aldenira da Conceição Sena, vice-presidente do PT da Bahia, a
Petrobras respondeu que ela
não foi orientada por "critérios
políticos". "A escolha dos eventos e projetos patrocinados pela Petrobras não segue critérios
políticos. No caso das festividades de São João no Nordeste, a
companhia definiu o patrocínio por aquelas que têm maior
popularidade e concentração
de público, que valorizam a cultura popular, além de propiciar
visibilidade à marca."
Presidida por Conceição Sena, a ONG Aanor administrou
R$ 1,4 milhão de verba de patrocínio destinada a 26 cidades.
Durante o Fórum Econômico Mundial, encerrado ontem
no Rio, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, definiu como mentirosas reportagens da Folha e de "O Estado
de S. Paulo" sobre a distribuição de patrocínios a festas de
São João. "Queria comentar e
peço desculpas porque posso
soar agressivo, mas essa matéria que a Folha deu hoje e a que
o "Estadão" deu ontem são típicas do que antigamente se chamava de jornalismo marrom.
São matérias mentirosas, incompletas e que seguem alguns
interesses", afirmou.
Gabrielli disse que a reportagem da Folha "reflete provavelmente a intenção de alguém
que está alimentando a Folha
com interesses políticos locais". "Quero criticar essa visão
e o comportamento jornalístico que não condizem com o
histórico da Folha."
Anteontem, ao falar sobre o
mesmo tema, ele citou nominalmente o ministro Geddel
Vieira Lima (Integração Regional), adversário político do PT
baiano. Procurado, Geddel não
quis comentar a declaração.
Gabrielli disse que já declarou de "forma explícita que não
é nem será candidato a senador
pela Bahia" -o que poderia
motivá-lo a distribuir patrocínios no Estado. Afirmou ainda
que apenas 8 das 44 cidades patrocinadas são administradas
pelo PT, enquanto 16 têm prefeitos do DEM ou do PSDB.
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