São Paulo, sexta-feira, 17 de abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Contratar ONGs facilita fiscalização, diz estatal

DA SUCURSAL DO RIO

A contratação pela Petrobras de duas ONGs na Bahia -uma delas presidida por uma dirigente petista- para o repasse de verbas para festas de São João realizadas por prefeituras do Estado teve como objetivo "simplificar o controle e a fiscalização" das ações de marketing apoiadas pela companhia, segundo a estatal.
"Foram celebrados dois contratos com essas instituições, em vez de 44, um com cada prefeitura. Além disso, as instituições acompanharam todas as etapas de realização do evento em cada cidade. Isso facilitou o controle e a fiscalização pela companhia das ações realizadas", diz a Petrobras, em nota.
Indagada sobre a contratação da ONG dirigida por Aldenira da Conceição Sena, vice-presidente do PT da Bahia, a Petrobras respondeu que ela não foi orientada por "critérios políticos". "A escolha dos eventos e projetos patrocinados pela Petrobras não segue critérios políticos. No caso das festividades de São João no Nordeste, a companhia definiu o patrocínio por aquelas que têm maior popularidade e concentração de público, que valorizam a cultura popular, além de propiciar visibilidade à marca."
Presidida por Conceição Sena, a ONG Aanor administrou R$ 1,4 milhão de verba de patrocínio destinada a 26 cidades.
Durante o Fórum Econômico Mundial, encerrado ontem no Rio, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, definiu como mentirosas reportagens da Folha e de "O Estado de S. Paulo" sobre a distribuição de patrocínios a festas de São João. "Queria comentar e peço desculpas porque posso soar agressivo, mas essa matéria que a Folha deu hoje e a que o "Estadão" deu ontem são típicas do que antigamente se chamava de jornalismo marrom. São matérias mentirosas, incompletas e que seguem alguns interesses", afirmou.
Gabrielli disse que a reportagem da Folha "reflete provavelmente a intenção de alguém que está alimentando a Folha com interesses políticos locais". "Quero criticar essa visão e o comportamento jornalístico que não condizem com o histórico da Folha."
Anteontem, ao falar sobre o mesmo tema, ele citou nominalmente o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Regional), adversário político do PT baiano. Procurado, Geddel não quis comentar a declaração.
Gabrielli disse que já declarou de "forma explícita que não é nem será candidato a senador pela Bahia" -o que poderia motivá-lo a distribuir patrocínios no Estado. Afirmou ainda que apenas 8 das 44 cidades patrocinadas são administradas pelo PT, enquanto 16 têm prefeitos do DEM ou do PSDB.


Texto Anterior: Trecho
Próximo Texto: Mídia: TJ proíbe jornais paraenses de publicar fotos de cadáveres
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.