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Juíza proíbe interrupção de tratamento de criança ianomâmi em hospital
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Atendendo a pedido do Ministério Público do Amazonas, a Vara da Infância e da
Juventude de Manaus determinou que uma menina ianomâmi com hidrocefalia, pneumonia e tuberculose continue
sendo tratada no hospital Infantil Dr. Fajardo, contra a
vontade da tribo e da Funai.
Os índios e a Funai defendem que a criança -de 1 ano e
6 meses- volte à aldeia (639
km de Manaus), mesmo sem a
alta do hospital. Para os índios, ela deve ser tratada pela
medicina indígena com ajuda
da medicina convencional.
A direção do hospital diz
que a índia, que está respondendo ao tratamento, pode
morrer se isso ocorrer. A hidrocefalia é causada pelo aumento anormal do volume de
liquor no cérebro, que pode
fazer pressão contra o crânio.
A mãe da criança recebeu
da Funai, na segunda, autorização para tirar a menina do
hospital com apoio da ONG
Secoya. Porém, no despacho
de ontem, a juíza Carla Reis
determinou que o hospital
mantenha a criança internada
até que ela obtenha alta.
Na terça-feira, dois ianomâmis tentaram tirar a criança
da enfermaria, disse a PF. Em
nota, o gestor da Funai em
Manaus, Edgar Rodrigues, diz
que, entre os ianomâmis, se a
mulher gerar um filho "defeituoso", é permitido o infanticídio. Ele afirma que a "Funai
acata a decisão da mãe de interromper o tratamento".
Ontem, integrantes da
Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia), que defendem a remoção da menina, disseram que
não vai haver infanticídio. Segundo eles, as internações
agravaram seu estado de saúde e ela deveria voltar à aldeia,
onde seria tratada também
por enfermeiros capacitados.
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