São Paulo, Sábado, 17 de Abril de 1999
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PAINEL

Tiro que pode...

A Polícia Federal não foi requisitada formalmente pelo Ministério Público no Rio para apreender documentos na sede do Marka e na casa do banqueiro Salvatore Cacciola. Apenas escoltou os procuradores. É uma brecha na qual podem se agarrar os advogados do banqueiro.

...sair pela culatra

Decisão do Supremo limita a ação investigativa do Ministério Público. Para apreender documentos, o órgão precisa requerer à PF, que é quem faz a perícia e depois encaminha a papelada para a autoridade competente.

Competição acirrada

O procurador-geral Geraldo Brindeiro reagiu sem entusiasmo ao pedido de Renan Calheiros (Justiça) e da CPI dos Bancos para enquadrar o Ministério Público do Rio. Explica-se: Brindeiro é candidato à recondução, está em campanha e não quer encrenca com os procuradores.

Pé de página

Em campanha para tirar a sua CPI do Judiciário da sombra da dos Bancos, ACM não tem tido sucesso nem em sua cozinha. A comissão de inquérito do baiano anda tão por baixo que não tem emplacado nem a manchete do "Jornal do Senado".

Paranóia legal

Alguns integrantes da CPI dos Bancos começaram a delirar. Dizem que a ação do Ministério Público no Rio seria manipulada por juízes interessados em melar o trabalho dos senadores. Em represália à CPI do Judiciário.

Baleias em extinção

De Mercadante (PT), sobre a operação de socorro do BC aos bancos Marka e FonteCindam: ""O Banco Central está se comportou como uma ONG, só que de salvação de banqueiros".

Comparação perigosa

O relator da reforma do Judiciário, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), diz que vai cumprir todos os prazos regimentais: seria um vexame reclamar da morosidade da Justiça e começar atrasando os trabalhos na Câmara.

Precisando explicar

Presidente do PSDB, Teo Vilela (AL) sai em defesa do discurso de Aécio Neves (MG) na Câmara, criticado pelos aliados. "Não foi uma coisa isolada", diz.

Sem platéia

Nem os tucanos aguentam mais ver o líder Sérgio Machado (CE) vagar no Senado tentando promover a reforma política. Ninguém presta atenção. Só querem saber das CPIs.

Agora vai

Embalada pela CPI dos Bancos, a oposição quer aproveitar as manifestações do dia 21, feriado de Tiradentes, em Ouro Preto (MG), para radicalizar o discurso contra FHC e voltar a se aproximar de Itamar Franco (PMDB). O PT já pediu a presença dos seus governadores.

Esperteza de mais

Sarney Filho (Meio Ambiente) disse ao governador Almir Gabriel que demitiu o superintendente do Ibama no Pará consciente de que se tratava de uma indicação de Jader Barbalho. A Jader, Zequinha se desculpara, dizendo que só o demitira por achar que ele era ligado a Almir.

Doeu no bolso

Reunidos ontem em Fortaleza, os secretários estaduais da Fazenda marcaram um encontro extraordinário para o dia 28. Objetivo: igualar o ICMS sobre carros. Cansaram de perder dinheiro para SP, que reduziu a taxa.

Refúgio político

A bancada do PTB na Câmara Municipal de São Paulo vai dobrar. Além de Alan Lopes, que trocou o PPB pela sigla, Maeli Vergniano e Bruno Feder, que estavam sem partido depois de também sair do PPB, ingressarão na legenda nos próximos dias. É um reforço no apoio a Pitta.

Visita à Folha

A senadora Marina Silva (PT-AC) visitou ontem a Folha, onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada de Oly Duarte, assessor de imprensa, e da jornalista Terezinha Lopes.

TIROTEIO

Do presidente da OAB, Reginaldo de Castro, explicando por que a entidade não pediu ao Supremo que barrasse a CPI do Judiciário:
- Não será necessário, apesar de sua inconstitucionalidade. Os compromissos democráticos dos próprios senadores eliminam os riscos dos excessos pretendidos por ACM. É bom sinal para a democracia a irritação que tem demonstrado o presidente do Senado.

CONTRAPONTO

De quem é o dinheiro?
Há pouco mais de duas semanas, Eliseu Padilha (Transportes) foi a Cuiabá inaugurar a duplicação de uma rodovia federal.
Na cidade, encontrou o mesmo clima de disputa, comum em Brasília, entre os partidos que apóiam FHC, que reivindicavam a paternidade da obra.
Padilha dividiu o palco com o governador Dante de Oliveira e o prefeito Roberto França, ambos do PSDB, e com o senador Carlos Bezerra, seu correligionário.
Para evitar problemas, Padilha limitou-se a dizer que a obra era federal. O prefeito França, porém, discursou assumindo a paternidade da duplicação.
Mas, do meio da aglomeração em frente ao palanque, alguém gritou, provocando:
- Não esqueça de dizer que essa obra é do PMDB!
O tucano França não perdeu o rebolado:
- E eu sou homem de ficar esquecendo? Mas não importa quem fez. Quem ganha é a população!

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