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NO AR
Erros e restrições
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Uma semana atrás, CNN,
NBC e outros órgãos americanos escreveram ao secretário
de Defesa. A carta só foi tornada pública ontem.
Diz, a certa altura:
- Em muitos dias, a mídia
iugoslava controlada pelo Estado tem sido mais específica
sobre os alvos da Otan do que
os EUA e a Otan.
Os órgãos signatários, todos
americanos, afirmaram entender a necessidade de, numa
guerra, "segurar informações
que poderiam colocar em risco
as operações em desenvolvimento". Mas:
- As restrições atuais parecem-nos ir muito além de tal
necessidade.
Em suma, a carta pede menos controle de informação.
Menos propaganda.
CNN e colegas escreveram,
uma semana atrás, em coincidência com dois fatos.
Primeiro, a Otan admitiu
então que uma área residencial de Pristina, capital de Kosovo, havia sido destruída
num "erro" que causou a morte de dez civis.
Segundo, o general americano que comanda os ataques
avisou que iria destruir as antenas de transmissão da TV
iugoslava -a fonte de informação "mais específica" das
TVs ocidentais.
Quanto à divulgação da carta, ontem, ela ocorreu sem que
o secretário respondesse.
E coincidiu com novo "erro"
que a Otan demorou a admitir: o ataque ao comboio de civis albaneses, com seis dezenas
de mortos -e que os EUA, de
início, disseram ser obra de
avião iugoslavo.
Não por acaso, ontem, o porta-voz americano da Otan foi
duramente questionado sobre
o vídeo do avião americano
que atacou o comboio.
Ele disse que o vídeo não será
liberado às TVs.
A Globo, definitivamente,
esqueceu a CPI da propina.
Na Record, Boris Casoy já
anunciava ontem a "pizza",
servida ao PFL.
E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br
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