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Para ACM, presidente "fala errado"
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
O presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
71, disse ontem que o presidente
Fernando Henrique Cardoso,
sempre que está no exterior, "fala
errado sobre as coisas do Brasil".
"Ele (FHC) deve falar do Brasil
no Brasil. No exterior, ele deve falar sobre as coisas que vai fazer no
exterior", afirmou ACM.
Na atual viagem que faz pela Europa, FHC disse que a comissão de
reforma do Judiciário (da Câmara)
é mais importante do que a CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que apura denúncias de nepotismo e corrupção na
Justiça. ACM foi o autor do requerimento e principal incentivador
da CPI do Judiciário.
ACM disse não estar preocupado
em saber como FHC vai assimilar
suas declarações. ""Isso é um problema dele (FHC), não é meu."
O senador afirmou ainda que fez
""muita força para o presidente
mudar". ""Ele (FHC) mudou um
pouco, mas voltou a escorregar."
Anteontem, ACM já havia reagido com ironia às declarações de
FHC na Alemanha. "Ou alguma
coisa mudou em razão das alturas
ou não sei o que está acontecendo", disse, numa alusão à viagem
aérea de FHC até a Europa.
ACM afirmou ainda que o presidente sempre o estimulou a criar a
CPI e chegou a declarar que preferia a comissão de inquérito à de reforma.
Segundo ACM, na próxima semana, a CPI do Judiciário vai ouvir
promotores, desembargadores e
juízes. Para ele, a CPI está no caminho certo. ""Nós já temos coisas
muito graves para consertar, sobretudo em São Paulo, na Paraíba
e no Maranhão."
Maciel
O presidente interino Marco Maciel, que é do mesmo partido de
ACM, o PFL, amenizou ontem as
divergências entre FHC e o senador baiano em torno da importância da CPI do Judiciário.
"Não devemos magnificar questões ou problemas que não têm
maior significação. Acho que a CPI
do Judiciário está caminhando, assim como a reforma proposta na
Câmara", afirmou Maciel, depois
de participar de cerimônia em comemoração ao Dia do Exército.
Educação
Ainda ontem, ACM disse que o
modelo universitário brasileiro
precisa de modificações urgentes.
Sem citar nomes, acrescentou
que a Bahia não ""foi contemplada
com universidades federais como
outros Estados que tiveram ministros da Educação, como o Rio
Grande do Sul e Minas Gerais".
O baiano Carlos Sant'anna foi o
ministro da Educação entre 89 e
90. O atual titular da pasta (Paulo
Renato Souza) é gaúcho.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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