São Paulo, Sábado, 17 de Abril de 1999
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Para ACM, presidente "fala errado"

LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

O presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), 71, disse ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso, sempre que está no exterior, "fala errado sobre as coisas do Brasil".
"Ele (FHC) deve falar do Brasil no Brasil. No exterior, ele deve falar sobre as coisas que vai fazer no exterior", afirmou ACM.
Na atual viagem que faz pela Europa, FHC disse que a comissão de reforma do Judiciário (da Câmara) é mais importante do que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que apura denúncias de nepotismo e corrupção na Justiça. ACM foi o autor do requerimento e principal incentivador da CPI do Judiciário.
ACM disse não estar preocupado em saber como FHC vai assimilar suas declarações. ""Isso é um problema dele (FHC), não é meu."
O senador afirmou ainda que fez ""muita força para o presidente mudar". ""Ele (FHC) mudou um pouco, mas voltou a escorregar."
Anteontem, ACM já havia reagido com ironia às declarações de FHC na Alemanha. "Ou alguma coisa mudou em razão das alturas ou não sei o que está acontecendo", disse, numa alusão à viagem aérea de FHC até a Europa.
ACM afirmou ainda que o presidente sempre o estimulou a criar a CPI e chegou a declarar que preferia a comissão de inquérito à de reforma.
Segundo ACM, na próxima semana, a CPI do Judiciário vai ouvir promotores, desembargadores e juízes. Para ele, a CPI está no caminho certo. ""Nós já temos coisas muito graves para consertar, sobretudo em São Paulo, na Paraíba e no Maranhão."

Maciel
O presidente interino Marco Maciel, que é do mesmo partido de ACM, o PFL, amenizou ontem as divergências entre FHC e o senador baiano em torno da importância da CPI do Judiciário.
"Não devemos magnificar questões ou problemas que não têm maior significação. Acho que a CPI do Judiciário está caminhando, assim como a reforma proposta na Câmara", afirmou Maciel, depois de participar de cerimônia em comemoração ao Dia do Exército.

Educação
Ainda ontem, ACM disse que o modelo universitário brasileiro precisa de modificações urgentes.
Sem citar nomes, acrescentou que a Bahia não ""foi contemplada com universidades federais como outros Estados que tiveram ministros da Educação, como o Rio Grande do Sul e Minas Gerais".
O baiano Carlos Sant'anna foi o ministro da Educação entre 89 e 90. O atual titular da pasta (Paulo Renato Souza) é gaúcho.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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