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ALIADOS EM CRISE
Ex-ministro pede que empresa da qual foi acionista seja investigada; requerimento não será mudado
Bezerra assina pedido de CPI e vai para PTB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Fernando Bezerra
(sem partido-RN), ex-ministro da
Integração Nacional, assinou ontem o requerimento da oposição
que propõe a criação da CPI da
corrupção no Senado e anunciou
sua filiação ao PTB.
O líder da oposição, José Eduardo Dutra (PT-SE), afirmou que já
tem 22 assinaturas e hoje deve obter mais quatro (as dos três senadores do PPS e mais uma que ele
prefere não revelar). Com isso, ficaria faltando apenas mais uma
assinatura para criar a CPI.
""O governo tem motivos para se
preocupar. Qualquer emenda não
liberada ou insatisfação da base
governista pode resultar em uma
assinatura", disse Dutra.
Em troca do seu apoio à CPI,
Bezerra pediu a inclusão das denúncias contra a Metasa entre os
fatos a serem investigados.
Empresa da área de mineração
da qual Bezerra foi acionista por
nove anos, a Metasa recebeu recursos da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do
Nordeste) para um projeto na
área de mineração que acabou
não sendo implantado. ""Vou assinar o requerimento da CPI para
que não paire a mínima dúvida
quanto à minha honorabilidade",
afirmou Bezerra no seu primeiro
discurso de volta ao Senado.
O requerimento da CPI não será
mudado para atender Bezerra.
Dutra disse que o caso poderá ser
incluído após sua instalação, por
meio de um aditamento.
O ex-ministro pediu ao presidente Fernando Henrique Cardoso exoneração por causa da divulgação da acusação. Ele levou documentos a FHC para tentar comprovar sua inocência, mas acha
que não teve o apoio necessário
para permanecer no governo.
""A Metasa foi um mau negócio,
não um caso de corrupção", disse
ontem no discurso.
Ele disse que FHC tem tomado
as medidas necessárias para combater os focos de corrupção na
equipe, mas fez críticas ao governo e a políticos. ""O povo nordestino, em especial o do Rio Grande
do Norte, está cansado da demagogia, da politicagem mesquinha
e dos desmandos de políticos que,
na verdade, nada fazem para
combater o atraso, o subdesenvolvimento, a fome e o analfabetismo. Sua sobrevivência eleitoral
depende dos bolsões da miséria."
Ao deixar o ministério, Bezerra
anunciou seu afastamento do
PMDB. Ele não tinha apoio do
partido para ser candidato a governador nas próximas eleições.
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