São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2004

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XADREZ POLÍTICO

Presidente promove, em Goiânia, seu primeiro encontro com os administradores das 26 capitais do país

Lula reúne prefeitos para compensar pressão estadual

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cinco meses das eleições municipais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se hoje, pela primeira vez, com prefeitos das 26 capitais do país. O encontro- convocado a pedido de Lula- será em Goiânia. Na pauta, Lula levará três temas prioritários: saneamento básico, habitação e educação. Mas espera obter mais do que isso: quer criar um canal direto com os prefeitos para tentar equilibrar a pressão que vem recebendo dos governadores.
No último dia 26, os governadores reuniram-se em Brasília para marcar posição crítica em relação ao Planalto e, dessa forma, pressionar por mais repasses. Aproveitaram para criticar o que chamam de paralisia do governo.
Oito Estados brasileiros, alguns dos quais com maior peso político, estão nas mãos do PSDB, o principal partido de oposição ao governo Lula. É o caso, por exemplo, de São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Pará.
No caso dos prefeitos, o placar é mais favorável a Lula, já que seu partido comanda sete capitais, entre as quais estão as maiores do país, caso de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife.
O objetivo de Lula, segundo assessores do Palácio do Planalto, é começar a construir uma pauta- ainda que pequena- comum ao governo e aos prefeitos para ser executada até o fim do ano. Assessores de Lula afirmaram que o presidente convocará novas reuniões nesse período.
Lula tem especial interesse em convencer os prefeitos a se empenharem para obter os R$ 2,9 bilhões que o governo irá liberar no próximo dia 20 para obras de saneamento. O mesmo ocorre com habitação.
Assessores de Lula afirmaram que ele está ansioso por ver os projetos do governo saírem do papel, e que parte dessas ações depende do empenho dos prefeitos.
Do lado dos prefeitos, a agenda inclui temas como crédito e segurança pública. No que se refere a crédito, os prefeitos querem o aval da União para que os municípios com as contas saneadas possam ir ao mercado pedir empréstimos. Os endividados gostariam de arrancar alguma concessão do governo federal para aliviar os pagamentos, mas, a exemplo dos governadores, não devem propor uma renegociação das dívidas.
(GABRIELA ATHIAS E RAYMUNDO COSTA)

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