São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

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Yeda diz que desconhece denúncia da Procuradoria sobre desvios no Detran

Governadora não comenta envolvimento de tucano em fraude de R$ 44 mi

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), disse ontem que não "conhece" denúncia feita pelo Ministério Público Federal e não quis comentar o envolvimento de pessoas ligadas a seu governo com a fraude que desviou, segundo a Procuradoria, R$ 44 milhões do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) entre 2003 e 2007.
Entre os denunciados está o empresário Lair Ferst, filiado ao PSDB e que atuou na campanha de Yeda em 2006.
"Eu não conheci essa denúncia, não conheci no termo técnico", disse a governadora ontem, no Palácio do Piratini (sede do governo gaúcho).
Segundo a governadora, a providência tomada pelo governo foi rescindir o contrato com a Fundae (Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura), considerado fraudulento pela Procuradoria, e elaborar uma licitação para contratar outra empresa para fazer a avaliação dos candidatos a motoristas.
Ferst foi denunciado por seis crimes: peculato, corrupção ativa, extorsão, locupletamento em dispensa de licitação, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Conforme a Procuradoria, ele foi um dos líderes do esquema, pelo qual o Detran pagava preços superfaturados por serviços prestados por duas fundações ligadas à Universidade Federal de Santa Maria, contratadas sem licitação.
Depois que chegavam às fundações, segundo a denúncia, os recursos eram redistribuídos a empresas dos suspeitos, que pagavam propinas a diretores do órgão. Duas empresas de familiares de Ferst foram beneficiadas, segundo a denúncia.
O advogado de Ferst, Marcelo Wunderlich, disse que ele só se pronunciará depois que a Justiça Federal decidir se acata ou não a denúncia. Ao todo, 44 pessoas foram denunciadas. O mentor da fraude seria José Antônio Fernandes, da Pensant Consultoria, um dos principais destinos do dinheiro.
Entre os denunciados estão dois ex-diretores do Detran, Carlos Ubiratan dos Santos, que ocupou o cargo no governo Germano Rigotto (PMDB), e Flávio Vaz Neto, que presidiu o órgão até novembro de 2007. Os advogados deles não comentaram o caso.


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