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Yeda diz que desconhece denúncia da Procuradoria sobre desvios no Detran
Governadora não comenta envolvimento de tucano em fraude de R$ 44 mi
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius
(PSDB), disse ontem que não
"conhece" denúncia feita pelo
Ministério Público Federal e
não quis comentar o envolvimento de pessoas ligadas a seu
governo com a fraude que desviou, segundo a Procuradoria,
R$ 44 milhões do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) entre 2003 e 2007.
Entre os denunciados está o
empresário Lair Ferst, filiado
ao PSDB e que atuou na campanha de Yeda em 2006.
"Eu não conheci essa denúncia, não conheci no termo técnico", disse a governadora ontem, no Palácio do Piratini (sede do governo gaúcho).
Segundo a governadora, a
providência tomada pelo governo foi rescindir o contrato
com a Fundae (Fundação para
o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da
Cultura), considerado fraudulento pela Procuradoria, e elaborar uma licitação para contratar outra empresa para fazer
a avaliação dos candidatos a
motoristas.
Ferst foi denunciado por seis
crimes: peculato, corrupção
ativa, extorsão, locupletamento em dispensa de licitação, falsidade ideológica e formação de
quadrilha. Conforme a Procuradoria, ele foi um dos líderes
do esquema, pelo qual o Detran
pagava preços superfaturados
por serviços prestados por duas
fundações ligadas à Universidade Federal de Santa Maria,
contratadas sem licitação.
Depois que chegavam às fundações, segundo a denúncia, os
recursos eram redistribuídos a
empresas dos suspeitos, que
pagavam propinas a diretores
do órgão. Duas empresas de familiares de Ferst foram beneficiadas, segundo a denúncia.
O advogado de Ferst, Marcelo Wunderlich, disse que ele só
se pronunciará depois que a
Justiça Federal decidir se acata
ou não a denúncia. Ao todo, 44
pessoas foram denunciadas. O
mentor da fraude seria José
Antônio Fernandes, da Pensant Consultoria, um dos principais destinos do dinheiro.
Entre os denunciados estão
dois ex-diretores do Detran,
Carlos Ubiratan dos Santos,
que ocupou o cargo no governo
Germano Rigotto (PMDB), e
Flávio Vaz Neto, que presidiu o
órgão até novembro de 2007.
Os advogados deles não comentaram o caso.
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