São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

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CPI investiga gastos de outro ministro de FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Cartões identificou mais um ex-ministro que utilizou dinheiro de suprimento de fundos de forma considerada irregular pela CGU (Controladoria Geral da União).
Num período de quatro anos, Francisco Weffort, ex-ministro da Cultura no governo FHC, gastou R$ 47.013,30 em contas de restaurantes de Brasília. Ele pode ser obrigado a devolver o dinheiro.
Também há gastos com a mesma locadora de veículo, a Hora Certa, de São Paulo, entre 1999 e 2002 no valor de R$ 93.253,46. Na locadora LCM, do Rio, o valor pago no período foi de R$ 20.975,36.
Embora as notas fiscais sejam de datas espaçadas, são seriadas, o que chamou a atenção dos governistas. "Ele terá que explicar se montou uma locadora de veículo. A Hora Certa foi criada no mesmo ano em que começou a atender ao ministro e, pelas notas, ele era seu único cliente", disse o deputado Silvio Costa (PMN-PE).
Weffort disse que os gastos foram feitos pelo ministério, que as locadoras eram escolhidas após pesquisa de preço e que considerou "brincadeira" a hipótese de ter de devolver dinheiro à União.
"Todos os gastos não eram definidos por mim, mas pelo ministério. As contas passaram pelo órgão de controle interno e foram aprovadas. Sobre as notas, cabe às locadoras responderem. Não tenho e nunca tive interesse em abrir uma locadora", disse.
A Folha não localizou os donos da Hora Certa. Luiz Carlos Marcelino, da LCM, disse que a empresa é pequena, tem só um carro e atendia Weffort quando ele viajava ao Rio.
O ministro Jorge Hage (CGU) afirmou ontem que as contas devem ser auditadas pelo órgão, a exemplo do que já ocorreu com outros ministros, e que o fato de se tratar de gasto do governo anterior não o impede de cobrar a devolução dos recursos se houver o entendimento de que foram irregulares.
"Pau que bate em Chico bate em Francisco. O fato de ter sido em governo passado não interfere em nada. O direito da administração pública de obter o ressarcimento é imprescritível." (ANDREZA MATAIS)


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