São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Procuradoria apura se filial da Alstom lavou dinheiro

Em outra frente, Promotoria investiga prejuízo a SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Federal de São Paulo vai apurar se a filial brasileira da Alstom cometeu os crimes de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas.
O procurador da República Rodrigo de Grandis, que investigou as contas do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) fora do país, fará essa apuração.
A Alstom está sob investigação na Suíça e na França sob a suspeita de ter pago propinas a políticos de São Paulo que somariam US$ 6,8 milhões para obter obras de R$ 45 milhões do Metrô. Segundo promotores daqueles países, a empresa teria pago comissões de US$ 200 milhões a políticos de países como Brasil e Cingapura.
Os eventuais subornos para conseguir obras do Metrô teriam sido pagos entre 1995 e 2003. Nesse período, os governadores de São Paulo foram Mario Covas (1995-2001) e Geraldo Alckmin (2001-2006).
A Alstom forneceu mais de 600 carros para o Metrô, diz a empresa. Foi escolhida para projetar e fornecer infra-estrutura para a linha 4 -obra de cerca de R$ 2,1 bilhão. A parte da Alstom corresponde a cerca de 80 milhões. A Alstom liderou o consórcio da linha 5 do Metrô, inaugurada em 2002.
O Ministério Público Estadual já abrira procedimento para investigar se as suspeitas sobre a Alstom trouxeram prejuízos aos cofres públicos de São Paulo. O Ministério Público Federal vai apurar possíveis crimes federais (lavagem de dinheiro e evasão de divisas).
A Procuradoria vai se basear em outras duas investigações na apuração: a que corre na Suíça e na França e uma que foi feita pela PF em 2006.
Nessa investigação, a PF do Paraná achou dois comprovantes de pagamentos da Alstom da Suíça para uma offshore do Uruguai. Ao ser chamado para explicar os depósitos de US$ 550 mil e 220 mil, o dono da conta, Luiz Tourinho Costa, disse que havia emprestado a conta para que a Alstom brasileira pagasse comissão a políticos. A filial brasileira não comentou as suspeitas. Na França, o presidente do grupo, Patrick Kron, disse que a Alstom colaboraria com as investigações. (MARIO CESAR CARVALHO e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


Texto Anterior: Outro lado: Congressistas negam doações de empresário
Próximo Texto: Base aliada vai tentar instalar CPI na Câmara
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.