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Procuradoria apura se filial da Alstom lavou dinheiro
Em outra frente, Promotoria investiga prejuízo a SP
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Federal
de São Paulo vai apurar se a filial brasileira da Alstom cometeu os crimes de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas.
O procurador da República
Rodrigo de Grandis, que investigou as contas do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) fora
do país, fará essa apuração.
A Alstom está sob investigação na Suíça e na França sob a
suspeita de ter pago propinas a
políticos de São Paulo que somariam US$ 6,8 milhões para
obter obras de R$ 45 milhões
do Metrô. Segundo promotores
daqueles países, a empresa teria pago comissões de US$ 200
milhões a políticos de países
como Brasil e Cingapura.
Os eventuais subornos para
conseguir obras do Metrô teriam sido pagos entre 1995 e
2003. Nesse período, os governadores de São Paulo foram
Mario Covas (1995-2001) e Geraldo Alckmin (2001-2006).
A Alstom forneceu mais de
600 carros para o Metrô, diz a
empresa. Foi escolhida para
projetar e fornecer infra-estrutura para a linha 4 -obra de
cerca de R$ 2,1 bilhão. A parte
da Alstom corresponde a cerca
de 80 milhões. A Alstom liderou o consórcio da linha 5 do
Metrô, inaugurada em 2002.
O Ministério Público Estadual já abrira procedimento
para investigar se as suspeitas
sobre a Alstom trouxeram prejuízos aos cofres públicos de
São Paulo. O Ministério Público Federal vai apurar possíveis
crimes federais (lavagem de dinheiro e evasão de divisas).
A Procuradoria vai se basear
em outras duas investigações
na apuração: a que corre na
Suíça e na França e uma que foi
feita pela PF em 2006.
Nessa investigação, a PF do
Paraná achou dois comprovantes de pagamentos da Alstom
da Suíça para uma offshore do
Uruguai. Ao ser chamado para
explicar os depósitos de US$
550 mil e 220 mil, o dono da
conta, Luiz Tourinho Costa,
disse que havia emprestado a
conta para que a Alstom brasileira pagasse comissão a políticos. A filial brasileira não comentou as suspeitas. Na França, o presidente do grupo, Patrick Kron, disse que a Alstom
colaboraria com as investigações.
(MARIO CESAR CARVALHO e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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